"No Brasil, a Presidente virou Presidenta, mandando às malvas a ortodoxia gramatical da chamada forma comum de dois géneros dos particípios terminados em ente.
Deixando aos filólogos esta querela linguística ou outras do mesmo teor, pus-me a imaginar - daqui a uns anos - uma crónica de A Bola sobre um jogo de futebol feminino, com o título PRESIDENTA DA LIGA NA FINAL ENTRE AS ESTUDANTAS E AS COMBATENTAS, rezando assim: «As duas concorrentes ao título entraram como tementas e dependentas uma da outra. Por isso, jogaram sem verdadeiras atacantas. As estudantas - quais estrelas cadentas - não acalmaram a contestação às dirigentas e, em particular, à gerenta do futebol. Já as combatentas constituídas por soldadas, sargentas e tenentas, jogaram sem uma comandanta no relvado. Algumas, portaram-se como valentas e omnipotentas, mas outras mais pareciam umas doentas tal a lentidão com que corriam. Nem as suplentas mudaram o rumo. Para agravar a situação as equipas jogaram sem uma extrema-direita e uma extrema-esquerda. Tudo ao centro, mais parecia uma peladinha parlamentar. Advinha-se o mal-estar que vai recair sobre as agentas que haviam transferido algumas delas. As amantas do futebol que assistiram ao prélio ficaram desiludidas. O ambiente no fim mais parecia o de uma capela-ardenta».
Se esta obsessão de género se espalha virulentamente e nos dois sentidos, quem sabe se um jornalisto nos anunciará que um atleto isrealito foi contratado para alo direito ou defeso esquerdo.
Há dias, li neste jornal, a propósito da (feminina) União de Leiria «Caixinha quer Ukra». Será já a antecipação da nova perspectiva de género?"
Bagão Félix, in A Bola
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