"Goleador sueco quis sair do Sporting para o Arsenal e foi o que aconteceu. Os londrinos apontaram para 60 milhões + 10 e pagam apenas ligeiramente mais. Como sempre, quem mandou foi o jogador
A novela finalmente acabou e todos ficam a ganhar: Gyokeres, Sporting e Arsenal. O sueco vai jogar na melhor liga do mundo. Os leões realizam belo negócio por um jogador de 27 anos que sai de um campeonato periférico, capitalizando uma hipervalorização em apenas duas épocas. E o Arsenal, o único de entre as possíveis opções do avançado que sempre quis, chegou a valor razoável por alguém que pode redimensionar as suas opções na luta pelas principais competições.
Em Portugal, no entanto, a perceção é, quase sempre, mais importante do que a realidade. A única parte que esteve em pleno controlo do processo foi o jogador. Faltou à apresentação, permaneceu de férias, à espera do final de que nunca duvidou, nem pestanejando perante as ameaças de processos, multas e a obrigatoriedade de pedir de desculpas. Depois, também o Arsenal se mostrou paciente. Gastou 158 milhões antes em Zubimendi, Norgaard, Kepa, Madueke e Mosquera, e só depois avançou em definitivo. A perceção que fica é que, a partir do momento em que ficou com Gyokeres do seu lado, ou seja desde sempre, passou a controlar também as operações. Tendo em conta que os londrinos têm vivido bem (ainda que não completamente bem, devido à falta de títulos) sem número 9, o Sporting é que perdia tempo na substituição do seu elemento mais influente.
Não digo que Varandas tenha falhado. Vendeu a ideia de irredutibilidade e defesa até ao limite do clube, mas não conseguiu, porque seria impossível, evitar a óbvia conclusão: se um jogador quiser sair não há quem o impeça.
Não se enganem. Gyokeres não diz adeus por €60M+10M como o presidente prometeu que não aconteceria, mas por mais... 3,5 milhões. O valor fixo, só por si, é bom e os bónus, para os leões de fácil concretização, ainda que em contexto mais exigente, serão… lucro. Contudo, era preciso ainda passar a mensagem de intransigência e essa foi embrulhada numa soma com parcela retórica, a do que os agentes abdicaram, tentando fixar a venda em 70+10, o limite máximo a que o líder apontara. Só que, na realidade, só evita receber menos de 63,5M.
O mesmo se pode dizer do salário de que o sueco tem de abdicar. Amigos, Gyokeres entrou na A1, foi apanhado em excesso de velocidade por todos os radares, estacionou à porta da Brigada de Trânsito com o bólide a fumegar e, de sorriso aberto, limitou-se a perguntar: «Chefe, quanto devo?» Dois anos depois de ter feito o mesmo em Coventry."

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