"As exibições diante de Palmeiras e Inter Miami carregam ainda mais o negativismo que já existia em redor de Martín Anselmi. Dossier que o presidente já não vai a tempo de resolver bem
O que realmente pretendia o FC Porto com o Mundial de Clubes? Depois de dois técnicos de filosofia diferente e resultados próprios de um ano zero – ainda que para os adeptos, e também para André Villas-Boas, bem visível nos primeiros discursos, aquém das expetativas –, os dragões entraram para a remodelada competição da FIFA com praticamente o mesmo grupo. Apenas o talento de Gabri Veiga, que volta a um futebol mais exigente daquele que o manteve ocupado e de bolsos cheios nos últimos dois anos, foi a única peça acrescentada.
Admito que Anselmi precise de qualidade para o modelo e o plantel o limite. Aliás, concordo com o princípio de que o argentino não tem massa crítica para jogar como quer jogar, sobretudo na defesa e no meio-campo, porém também que pouco ou nada se tem visto de uma nova identidade a nascer. No entanto, o pior será mesmo o desgaste que o jovem técnico carregará para o início da temporada, a exemplo do que aconteceu com Roger Schmidt no Benfica. E o alemão até tinha um campeonato já conquistado e memórias, algo distantes é certo, de boas exibições. Por isso, repito a questão: o que se pretendia no FC Porto com o Mundial?
O exemplo a sul não fez com que o presidente do FC Porto agisse e seguiu-se o exemplo de Rui Costa de nada fazer. Só que na Luz ainda havia fôlego para comprar esperança com reforços, enquanto no Dragão se vivem tempos de vacas magras e todas as aquisições têm de ser muito bem estudadas. Talvez até seja preciso vender para comprar e não há muitos que garantam boas maquias.
Os dragões precisam de um milagre e, se não o conseguirem e assim apagarem a má imagem deixada diante de Palmeiras e Inter Miami, o arranque da nova época já começará debaixo de nuvens negras. Mas será que era esperado algo diferente nos Estados Unidos? Porquê? Villas-Boas acreditava mesmo que o processo renasceria quase do nada e sem reforços?
A decisão menos má, depois de amostra mais que suficiente, ainda que com a ressalva da fraca qualidade do plantel, deveria ter sido tomada no final da época, mesmo que isso significasse reconhecer que Anselmi, afinal, não era a tal grande visão a longo prazo. Agora, a época já está condicionada. Mais para a frente, poderá estar estragada.
Villas-Boas está a aprender. Contudo, ou se davam condições ao argentino para recuperar a aura ou já não viajaria, criando-se, pelo menos, o benefício da dúvida que protegesse um novo treinador."

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