"Quem nasceu para tocar o céu precisa de um lugar para voltar à Terra. Michael Jordan passou pela nossa terra e eu gostava de me ter cruzado com ele — mesmo ao ritmo de Macarena...
O homem que aprendeu a voar sem asas esteve — estará ainda? É olhar para cima e procurá-lo… — em Portugal. Sua alteza real, Michael Jordan, foi visto no Porto, em Lisboa e no Algarve, périplo por este cantinho à beira-mar plantado onde chegou no avião particular dele com o logótipo da mítica marca Air Jordan. Só ele saberá por que razão não bateu asas e voou como se levitasse para o cesto no mais célebre dos afundanços — preferiu que o Gulfstream G650ER, matrícula N236MJ, fizesse o trabalho por ele. É compreensível, afinal celebrou a 17 de fevereiro 62 anos.
Eu, também já com idade para ter juízo, se por acaso me tivesse cruzado com o norte-americano que reinventou, nos anos 80 e 90 do século passado, o jogo criado pelo canadiano James Naismith, não sei se teria resistido a meter conversa com um ídolo. Meter conversa, um eufemismo para não afirmar que chatearia o homem mesmo sem o talento de Lucas Pina, um artista de rua são-tomense que, no Largo do Chiado, em Lisboa, conseguiu pôr MJ e outros turistas que estavam na esplanada da Brasileira a dançar ao som de Macarena.
«Quando tirou os óculos, percebi que era mesmo ele», disse, citado pelo site New in Town, Lucas Pina, que, a partir de agora, por mim, será conhecido simplesmente por sortudo. Jordan não é apenas o maior jogador de basquetebol de todos os tempos — é o arquétipo do que significa ser excecional enquanto atleta e líder. The Last Dance [A Última Dança], o documentário da ESPN e da Netflix sobre a época 1997/98 que culminou no sexto título com a camisola dos Chicago Bulls, é uma obra-prima inclusive para quem nem sequer gosta da modalidade. É uma lição de vida e liderança com uma bola a saltar pelo meio.
Se me perguntassem qual o episódio na história do desporto que gostaria de ter protagonizado… Os golos de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo que lhes valeram inúmeras Bolas de Ouro? O golo dos golos, o tal de Diego Maradona que fintou tudo o que era inglês desde o meio-campo da Argentina no México-86? Os recordes do Mundo de Usain Bolt, Carl Lewis, Bubka ou outros monstros sagrados do atletismo? Subir ao pódio pela enésima vez para receber as medalhas olímpicas de ouro de Phelps? Acelerar como Senna, Schumacher ou Hamilton? A mestria de Tiger Woods nos 18 buracos? A pujança de Muhammad Ali? A consistência de Federer, Nadal ou Djokovic?
Não desdenharia ter o talento que permitiu a estes e tantos mais entrarem no Olimpo. Mas é de Michael Jordan o momento que gostaria de ter vivido na primeira pessoa.
Se pudesse recuaria a 14 de junho de 1998... Os Chicago Bulls defrontaram, fora, no Delta Center, os Utah Jazz no jogo 6 da final da NBA. Com 20 segundos por jogar, perdiam por um e os locais tinham a bola, entretanto roubada a Karl Malone por Jordan, que, depois, a conduziu para o ataque, encarou Bryon Russell, executou um cross-over, em bom português… partiu-lhe os rins, suspendeu e concretizou dois pontos. E assim, a 5,2 segundos do fim, sentenciou triunfo, por 87-86, que garantiu o sexto campeonato aos Bulls e ao eterno às dos ares que imortalizou o número 23.
Quem nasceu para tocar o céu precisa, por vezes, de um lugar para voltar à Terra. MJ em Portugal? Para quem cresceu a admirá-lo enquanto desafiava a lei da gravidade, é quase surreal vê-lo... na nossa terra.
P.S. Não é o United Center onde Michael Jordan brilhou com Scottie Pippen, Dennis Rodman, Toni Kukoc, Steve Kerr, Ron Harper ou Luc Longley. Mas o Pavilhão da Tapadinha é igualmente uma fonte de memórias únicas para mim e alguma malta que ontem, sábado, se reencontrou no salão de visitas do Atlético Clube de Portugal, à boleia de um convívio — genialmente apelidado de All Star Porco no Espeto, por razões óbvias... — promovido pelos comentadores da NBA da Sport TV. O Luís Avelãs é um deles, juntos ajudámos o clube de Alcântara a ganhar um campeonato de juvenis, em 1988, um amigo dos tempos em que se viam jogos da NBA em cassetes VHS vindas não sabíamos bem de onde e se folheava a revista Gigantes com ar de espanto a cada página. Valeu a pena, Luís, para o ano há mais!"

Bubka???? entao nao deves estar a par que existe um tal de Duplantis, que ja voou acima dos 6 metros 30... sao so mais de 15 cm (20 para ser mais preciso)... que o Bubka conseguiu!!!!!
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