"O internacional francês criticou a ação israelita em Gaza e acendeu uma polémica perigosa
Karim Benzema é um dos maiores goleadores da história do futebol, atualmente a viver um período de pré reforma dourada nos árabes do Al-Ittihad. Vencedor, em 2022, do prestigiado prémio da Bola de Ouro, do France Football, Benzema, apesar de já ter nascido em Lyon, manteve sempre vivas as suas raízes argelinas. Agora, o internacional francês está no olho do furacão de uma polémica acesa que anima as discussões em França, por se ter pronunciado publicamente contra os bombardeamentos de Israel na faixa de Gaza.
De forma surpreendente, o ministro do interior francês, Gérard Darmanin, veio acusar o internacional do seu país de ter «ligações notórias à irmandade muçulmana» e a deputada francesa ao parlamento europeu, Nadine Morano, chegou mesmo a dizer que «Benzema era apenas um francês de papel» e que a França devia retirar-lhe a nacionalidade.
A política apropriou-se definitivamente da polémica, com o conhecido ativista de extrema direita, Éric Zemmour, a subir o tom das acusações e com o político da esquerda francesa, Jean-Luc Mélanchon, a escrever uma carta aberta ao jogador afirmando-lhe a sua solidariedade atacando todos aqueles que o querem «diabolizar» e dizendo que «a França pertence a todos os que a escolhem» e são, afinal, aqueles que os insultam que não a merecem.
De fora da discussão ficou, por agora, o presidente da Federação Francesa de Futebol, Philippe Diallo, que apenas lembra que «os futebolistas são cidadãos como quaisquer outros e, como tal, têm direito a expressar a sua opinião, seja sobre que tema for».
Benzema tem, entretanto, evitado replicar, mas o seu advogado, Hugues Vigier, acusa o ministro do interior francês de irresponsabilidade por fazer afirmações infundadas e que carecem de qualquer confirmação credível, ao mesmo tempo que anunciou que o jogador irá processar Eric Zémmour.
Tudo isto revela, através de um episódio que tem como figura central um futebolista famoso e reconhecido no mundo inteiro, a enorme clivagem que o conflito israelo-palestiniano está a criar na sociedade francesa, reacendendo, sem fim à vista, conhecidas diferenças e velhos combates, que podem vir a afetar, de forma perigosa, a realização dos Jogos Olímpicos de Paris, no próximo ano."
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