"Nas meias-finais da Taça de Portugal 1938/39, o Benfica reverteu a derrota da 1.ª mão e venceu o FC Porto por 6-0.
Em Junho de 1939, as meias-finais da Taça de Portugal reservaram um emotivo confronto entre FC Porto e Benfica. O primeiro jogo, que se realizou na Cidade Invicta, no Campo do Lima, ficou marcado, pela desorganização dos 'encarnados', que se reflectiu na pesada derrota por 6-1. A imprensa avançou que, possivelmente, a eliminatória já estaria resolvida: 'O Benfica não jogou como sabe. Foi traído, talvez, com a ideia de defender um resultado pouca carregado, e deixou que o Pôrto defendesse estrondosamente, atacando a fundo, um resultado que o tornará, quási pela certa, finalista...'.
Na partida da 2.ª mão, os adeptos encheram o Campo das Amoreiras, acreditando que os 90 minutos seriam suficientes para reverter o resultado anterior. Os jogadores 'encarnados' partilhavam do sentimento, e entraram determinados a ganhar a eliminatória. Nos primeiros minutos do jogo criaram várias jogadas de perigo. Contudo, o Benfica chegou ao intervalo com o 'magro' resultado de 1-0 a seu favor. Apesar do domínio, estavam longe da margem de que necessitavam. Teriam de realizar uma segunda parte perfeita. E assim aconteceu.
Uma jogada fantástica de Espírito Santo alavancou os 'encarnados' para uma exibição fantástica. 'Rogério lançou Espírito Santo. Este encaminhou-se velozmente para a baliza dos portuenses. Já dentro da grande área, Guilhar desarmou-o com uma rasteira. O árbitro ordenou a marcação de uma grande penalidade'. Valadas, encarregue da marcação do penálti, fez o 2-0 na recarga. O Benfica agigantou-se e em 15 minutos fez três golos. 'Durante momentos o entusiasmo, no campo, atingiu as raias do delírio. Muitos espectadores abraçaram-se, agitando-se bandeiras'. Pouco depois, Valadas fez o golo por que todos os adeptos do Clube esperavam. A alegria dos lisboetas contrastava com a tristeza dos portistas.
O desânimo era enorme e pior ainda ficaram quando, aos 75 minutos, 'António Palhinha deu ordem de expulsão a Reboredo. Então, os jogadores do Porto, obedecendo à indicação dos directores que estavam nos camarotes, abandonaram o terreno'. O FC Porto despedia-se assim das Amoreiras e da competição, dando razão aos adeptos benfiquistas que confiavam que o Clube viraria o resultado em 90 minutos. Afinal, nem precisou de tanto.
Pode saber mais sobre o Benfica na prova rainha na área 5 - A 'Taça' do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
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