"«Acha que um chefe de Estado iria dispensar o seu tempo a qualquer um? Posso falar com qualquer presidente, de qualquer país, mas eles também estarão a falar com um presidente. Eles têm o seu poder e eu tenho o meu: o poder do futebol, que é o maior poder de todos.» A frase pertence a João Havelange, presidente da FIFA durante 24 anos, entre 1974 e 1998, e exprime bem o sentimento de muitos dos homens que governaram o futebol mundial durante décadas. Ele, como Joseph Blatter, e outros, prolongaram-se em cargos de liderança no desporto internacional apesar das muitas alegações de corrupção que sempre os envolveram.
Muitos desses homens caíram na sequência do Fifagate, que conduziu a várias detenções em 2015. Outros, apesar das suspeitas, resistiram mais tempo até que foram tombando. Ángel Maria Villar foi o último dos dinossauros do dirigismo do futebol. O presidente da federação espanhola e vice-presidente da FIFA e da UEFA está em prisão preventiva sem direito a fiança, acusado de ter prejudicado a sua própria federação num valor próximo dos 45 milhões de euros.
Homens como Villar estiveram demasiados anos no poder. Ao ponto de muitos deles se sentirem intocáveis. A herança de Gianni Infantino, actual presidente da FIFA, é pesada. Um passo em falso pode comprometer uma instituição que volta a lutar por uma imagem credível depois de ter sido amachucada por aqueles que a comandaram desde os anos 70 até à saída de Blatter. É certo que alguns caíram, mas outros continuam a ter influência e deixaram alunos em posições de destaque. Uns podem sair, mas é importante que as autoridades mantenham a vigilância sobre os que ficam."
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