"Há uma semana, antes do Benfica-FC Porto, falou-se no «jogo do ano». Hoje, a propósito do Gil Vicente-Benfica fala-se, com propriedade, no «jogo do título».
É verdade que, mesmo que o Benfica ganhe em Barcelos, a conquista do bicampeonato ainda não é matematicamente certa. Mas, a três jogos do fim e podendo perder um deles (caso o FC Porto faça o pleno de vitórias...), não é crível que a festa não se faça no Marquês de Pombal. Por isso, o Benfica e os benfiquistas devem encarar a partida de Barcelos como a mais importante da temporada, ou se quisermos levar a coisa mais longe, das últimas 31 temporadas. É preciso recuar a 1984 para ver o Benfica celebrar um bicampeonato e tudo o que essa dupla conquista representa. Para vencer dois campeonatos seguidos é preciso ter uma equipa estruturada, com poder para suportar a pressão da segunda época, sempre mais exigente que a primeira. Mas, se o Benfica se sagrar bicampeão, deve iniciar-se a discussão sobre uma mudança de ciclo no futebol português? Pode ser prematura. O FC Porto continua competitivamente forte, com argumentos para disputar todas as provas e marcar uma posição firme. Talvez, neste caso, não seja abusivo falar-se uma alteração de paradigma no desporto português. A era do FC Porto dominador quase absoluto chegou ao fim. Está a ser substituída por tempos de equilíbrio entre águias e dragões, com triunfos renhidos, ao sprint, com golos decisivos de Kelvin ou de Lima a fazer a diferença.
Notável a recuperação do pilar desportivo do Benfica, conseguida pela gestão de Luís Filipe Vieira, depois da regeneração patrimonial e financeira!"
José Manuel Delgado, in A Bola
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