"Não será sensato relativizar a perda do Enzo Pérez para o Benfica no plano desportivo. O Benfica perdeu o seu melhor jogador. Aquele que criava mais equilíbrios defensivos e ofensivos. Enzo jogava de forma tão simples, que fazia crer, ser simples e fácil, tudo o que de excepcional fazia.
Não era o mais espectacular dos nossos jogadores, não era um artista virtuoso como seguramente é Gaitán, não era um líder como Luisão, ou um elemento carismático como o Maxi, era simplesmente simples e fantástico. Enzo era competitivo e ajudava a ganhar jogos e títulos.
Perdemos esse talento em troca de um avultado caso de notas. É assim a vida de quem quer honrar compromissos e manter o clube solvente.
Terá sido bom em termos económicos, devido à idade e aos montantes recebidos, mas chora-se a perda desportiva. Enzo faz parte dos que deixam saudades. Enzo parte e deixa o Benfica com seis pontos de avanço, na liderança do campeonato. Os que ficam, que o façam também a ele, bicampeão nacional. Gostei muito da opção de Jorge Jesus na Taça da Liga. Alinhar com uma equipa próximo do melhor para tentar ganhar o jogo, para tentar revalidar a Taça da Liga e para dar ritmo para a deslocação traiçoeira a Penafiel. Domingo vamos a um estádio tradicionalmente difícil, onde já perdemos várias vezes e algumas na luta decisiva pelo título. Tenho 45 anos e fechou o melhor ano (desportivo) que me lembro do Sport Lisboa e Benfica. Hoje temos na posse, os quatro títulos nacionais (mais uma final europeia).
Não foi só bom, foi excelente.
Pode ter havido melhores, assim reza a história mas eu não era nascido. Por isso, e pelo que vivi este ano, resta-me agradecer a todos os que tornaram possível o sonho de tantos. Se em 2015 me deixaram ir outra vez ao Marquês eu agradeço. Nunca lá fui duas vezes seguidas, mas sei que Jorge Jesus gosta sempre de bater mais records.
Um excelente ano para todos os leitores de A BOLA!"
Sílvio Cervan, in A Bola
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