"Peço desculpa por voltar ao tema, mas ele está cada vez mais actual e nele se confundem não apenas os clubes ditos mais pequenos mas também aqueles que o povo julga serem os donos do dinheiro.
A confissão, por parte dos emblemas da Liga 2, de uma série de problemas financeiros e o urgente clamor por maiores receitas resultam num pontapé violento na débil e ruinosa casa do futebol mas, como tal, não resolvem. Pedir, entre outras, a baixa do salário mínimo dos seus jogadores dos 848 para os 727 euros nem sequer é o mais chocante; exigir do organizador uma gorjeta inicial de 500 mil euros para certamente fazer a compras de pré-época, ou sugerir que as equipas 'B' paguem inscrição mais elevada, a par de outras reivindicações a discutir em próxima AG - se acaso o presidente da LPFP, entre dois curativos ou uma ida à oficina, a tanto se mostrar disponível... -, já são assuntos para engordar a polémica. Mas pouco mais.
Os clubes da Liga 2 estão, obviamente, asfixiados. Pela ausência de receitas, pelo destempero das suas gestões, pelos custos da competição e, claro, porque também os grandes deixaram de contratar na paróquia
O que surpreende, na argumentação destes senhores, não é a cantada às esmolas dos parceiros alegadamente mais ricos ou dos operadores de televisão (?) instalados na praça, porque essa gritaria já fede; o que realmente preocupa é a falta de uma ideia estrutural, de um projecto, de algo que possa produzir efeitos positivos.
Fica fácil chorar pelos cortes salariais ou apelar às desgastantes viagens para as ilhas no próprio dia de jogo, mas é terrível perceber como essa gente continua incapaz de se obrigar a gastar menos e a utilizar mais jovens saídos das escolas de formação. Ora, essa receita, que os salvaria a médio/longo prazo, eles não a querem aviar.
Ajudá-los, então, como?!...
E, sobretudo, porquê?!..."
Paulo Montes, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!