"Uma equipa ganha por 3 (ou mesmo 2) golos de diferença e, vai daí o título nos media é «goleada»! Uma hipérbole literária, bem distante das verdadeiras goleadas de outros que significavam, essas sim, resultados desnivelados e muitas bolas dentro da baliza.
Decorridas 22 jornadas do campeonato, o que aconteceu? Nos 176 jogos já realizados a maior diferença de golos foi de 4 e aconteceu apenas por 7 vezes, 4% das partidas. Numa só delas, curiosamente na 1.ª jornada, uma equipa (Sporting) marcou 5 golos (5-1 ao recém-chegado Arouca). O máximo de golos aconteceu num encontro em que não intervieram nenhum dos grandes: Marítimo, 3 - Paços de Ferreira, 4. Mesmo o incontestado líder Benfica ainda não ultrapassou a diferença de 2 golos em casa e só o conseguiu uma vez e fora da Luz (3-0 à Académica).
O que significa isto? Maior nivelamento das equipas? Aparentemente a pontuação desmente-o, pois o fosso entre os maiores e os menores é acentuado. Jogar para perder por poucos? Talvez. Basta olhar para os golos marcados por sete equipas do fundo da tabela que ainda não atingiram os 20 golos à 22.ª jornada (o Belenenses só marcou por 11 vezes...). Menor capacidade das melhores equipas ou - voltando ao que aqui escrevi a semana passada - gestão dos 90 minutos? É provável. Péssimo estado dos relvados? Talvez, também.
Por cá o instinto matador esbate-se. Faltam golos, falha alegria, escasseia o espectáculo. Olhem para Espanha, Inglaterra e Alemanha e percebemos a diferença na demanda do golo. Até o cinzentão Calcio já virou mais amigo dos golos. Amanhã voltarei ao assunto."
Bagão Félix, in A Bola
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