"A selecção está obrigada a devolver a auto-estima ao país?
O campeonato nacional está parado há duas semanas por força dos compromissos da selecção nacional que pretende assinar a sua quarta presença consecutiva em fases finais do Mundial de futebol. Não há adepto português, por mais pessimista, que admita a ausência da nossa selecção no Mundial do Brasil, em 2014.
Na teoria já lá estamos porque em português nos entendemos com os donos da organização. Na prática, a caminhada começou bem porque já estão somados seis pontos nos dois primeiros jogos. E, daqui até ao torneio no Brasil, ninguém se irá lembrar da exibição frouxa contra o Luxemburgo.
Muitos têm sido os títulos dos jornais apelando à selecção para que devolva aos portugueses, na medida possível, a auto-estima perdida com as agruras sociais dos tempos presentes. Aparentemente, cabe ao futebol e, neste caso, à selecção de Paulo Bento vingar nove milhões de portugueses, mais português menos português, do saque e das humilhações em curso decretadas pelos oligarcas da alta finança do mundo civilizado. O futebol a tudo se presta, docilmente.
Para aliviar as dores do país, em termos morais, a nossa selecção tem feito o que lhe pedem. Mas a contribuição do futebol para a “crise” não se fica por aqui. O futebol também vai contribuir em termos práticos, isto é, em notas.
Na sequência do contrato de trabalho assinado há uma década entre João Pinto e o Sporting, o Tribunal Criminal de Lisboa deu como provado o crime de fraude fiscal e para além das penas suspensas de prisão aos envolvidos – João Pinto, José Veiga, Luís Duque e Rui Meireles -, o Tribunal condenou-os individualmente ao pagamento de uma indemnização ao Estado no valor de 169.629 euros, o que é muito euro por cabeça.
Os condenados irão, naturalmente, recorrer das sentenças e nem a Luís Duque, alto responsável do Sporting, nem a João Pinto, alto responsável da Federação Portuguesa de Futebol, passa pela cabeça demitirem-se das suas funções actuais. João Pinto recebeu logo o apoio da estrutura dirigente da FPF e Luís Duque foi rápido a definir a sua situação em breves palavras: “são os ossos do ofício do Sporting”. Como é que Paulo Pereira Cristóvão foi na cantiga da demissão e não se lembrou de dizer uma coisa destas? Auto-estima em baixo, é o que parece."
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