"O delegado Armindo segundo a comunicação social, foi «suspenso», o que não é a mesma coisa que ser, por exemplo irradiado
«O que é preciso o Orelhas fazer barulho e logo os árbitros beneficiam o Benfica... entreguem-lhes as faixas.»
«O Presidente Pinto da Costa tem de abrir a boca e falar sem medo. O Vieira descascou no árbitro e viram que resultou logo mandarem um árbitro para prejudicar o FCP.»
«Segundo o porco do J. Jesus todos gostariam de ir no lugar do Benfica, não tem jeito de treinador, parece um chulo do Bairro Alto.»
COM toda a franqueza, não percebo a razão deste escândalo. Para que serve um delegado da Liga? É esta a primeira questão que nos devemos colocar quando surge de rompante na ordem do dia essa grande anedota do delegado da Liga que, no domingo à noite, foi para o Facebook desabafar a sua desilusão e revolta consumado que estava o empate do FC Porto frente à Académica.
Portanto, voltamos ao início. Para que serve um delegado da Liga?
Quais são as suas áreas de jurisdição? Analisa o trabalho dos árbitros? A sua capacidade de observação tem poder efectivo e disciplinador sobre a organização dos jogos, sobre o comportamento do público, dos dirigentes e dos adeptos? Os seus relatórios à Liga podem induzir castigos ou louvores a terceiros, promoções ou despromoções na carreira?
Um delegado da Liga é uma espécie de polícia da Liga?
Ou é um detective?
Ou é um pau mandado, um verbo-de-encher, um papel de embrulho?
O senso comum presume que um delegado da Liga será alguém, em primeiro lugar, isento e, em segundo lugar, independente e distante dos clubes e dos interesses dos clubes da Liga.
Se for assim, o único interesse do delegado da Liga é pôr-se a milhas das máquinas de propaganda dos clubes, das discussões entre rivais. E pôr-se o mais perto possível dos sucessos da organização dos espectáculos e da justiça das decisões tomadas sobre os factos que observou com total isenção e que reportou à Liga, tal e qual como se passaram, sem tirar nem pôr.
Como se explica, então, que o senhor Manuel Armindo, delegado da Liga, de cabeça aparentemente perdida com o inesperado empate do FC Porto em casa, tenha escolhido expressar a sua mágoa e mais uns quantos insultos ao treinador e ao presidente do Benfica através de uma rede social?
Saberá o delegado da Liga o que é o Facebook?
À partida, quando se trata de Facebook, convenhamos que um delegado da Liga é exactamente igual a qualquer outro cidadão com conta aberta na dita rede social. E não há razão para que não seja igual aos demais.
De um modo geral, qualquer pessoa que poste do Facebook os seus pensamentos, desabafos e até confidências, fá-lo por duas razões:
1) Para que lhe achem piada.
2) E porque sabe que os relambórios por mais atrevidos ou melancólicos que sejam acabam sempre por ser inconsequentes.
No capítulo de lhe acharem os amigos piada, pode-se dizer que o delegado Armindo fez o mais do que merecido sucesso com que estava a contar. Terá tido, presumo, 954 likes, o que é bem bom, perto de um milhar de aprovações.
Já no capítulo da inconsequência prática da publicação dos seus pensamentos, o senhor Manuel Armindo espalhou-se ligeiramente ao comprido porque confiou em demasia na boa índole do seu amável grupo de amigos.
E o que dá ter tantos amigos. Acaba sempre por se apresentar um como delator e contravapor.
E agora, para cúmulo, está o bom do delegado Armindo suspenso pela Liga por ter violado de modo «grosseiro» os seus deveres e responsabilidades. Isto levanta questões constitucionais. Mas desde quando é que uma pessoa pode ser penalizada por dizer o que lhe vai na alma? Alguém duvida da sinceridade do delegado da Liga?
Sosseguem, caros leitores, porque o delegado Armindo, segundo a comunicação social, foi «suspenso» o que não é a mesma coisa do que ser, por exemplo, irradiado. E, assim sendo, mais dias, menos dia, vamos ter o delegado Armindo de regresso às suas funções que exercerá como sempre as exerceu: com isenção, distância e boas maneiras.
A única coisa que vai mudar no comportamento do delegado Armindo vai ser a sua relação com o Facebook. É, como todos sabemos, que não se pode passar do chat para o mural por dá aquela palha ou dá cá aquele penalty. Ou, mais estúpido ainda, consentir no roubo da password, que é precisamente o que lhe deve ter acontecido.
Ficará também para sempre a vontade de adivinhar qual seria a senha de acesso à página do Facebook do delegado Arlindo.
Têm sugestões? Qualquer coisa como Lisboareder ou mesmo 17551755, que é o ano do grande terramoto que destruiu a Capital, mas a dobrar.
Também é importante que o vasto público que tem acompanhado este drama (provocado pela porcaria das novas tecnologias) se sinta confortado num aspecto: o delegado Armindo é apenas um entre muitos delegados da Liga.
Ou seja: fundamental, nestes casos, é nunca cair na tentação de confundir a árvores com a floresta.
Respeite-se, portanto, a floresta. Excepção feita à aselhice cibernauta do delegado Armindo, todos os restantes delegados da Liga de Clubes são uns verdadeiros ases do Facebook.
Façam o favor de continuar a dormir descansados.
O Benfica mostrou uma boa atitude em Paços de Ferreira e não tremeu perante a responsabilidade que se lhe exigia: aproximar-se do FC Porto depois de os campeões nacionais, na véspera, terem tropeçado em casa perante a Académica de Pedro Emanuel, como era de esperar. Isto dando razão às palavras atribuídas ao delegado Arlindo no Facebook. Basta o Orelhas protestar que mandam logo um árbitro para roubar descaradamente o FC Porto.
Foi o que se viu no Dragão na noite de domingo. Noite e quase até de madrugada porque o jogo só terminou muitíssimo depois da hora prevista.
Voltemos a Paços de Ferreira. O Benfica esteve bem, soube mais uma vez reagir a um resultado negativo, marcou dois bonitos golos e tornou-se difícil eleger o melhor benfiquista em campo.
No entanto, e pedindo desculpa a Gaitán, que fez o seu melhor jogo em muitos meses, a Bruno César, que continua a ser decisivo, e a Javi Garcia, sempre igual a si próprio, o melhor benfiquista em campo foi Melagrejo que joga no Paços de Ferreira.
A sua exibição em 90 minutos foi altamente reconfortante para todos os benfiquistas por uma série de razões que nem vale a pena estar a enunciar.
Curiosamente, tenho um amigo portista que assim que acabou o jogo me mandou uma mensagem pelo telemóvel com os seguintes dizeres: «o Melagrejo estava tão condicionado que até conseguiu acertar uma bola no poste só para não marcar um golo contra o Benfas. Isto é sempre a mesma vigarice.»
É um bom amigo, a quem estes desabafos de perdoam.
Por isso mesmo, atrevo-me a sugerir à Liga que o contrate para seu delegado em substituição do delegado Armindo, enquanto este estiver suspenso. E eu nem sou pessoa de pedir empregos para ninguém.
ESTE alargamento da Liga para 18 clubes sem descidas de divisão é dos momentos mais tristes do futebol português. Se lêssemos que uma coisa destas se ia passar na Colômbia, no Senegal ou nas arábias, não faltariam os encolheres de ombros, as interjeições de desdém e de auto-conferida-superioridade perante os desgraçadinho do Terceiro Mundo que estão muito atrás de nós.
Mas é em Portugal que querem que uma anormalidade destas se passe. A um terço do fim do campeonato, muda-se o conceito da prova e passamos a ter 3 equipas que discutem o título, 3 equipas que discutem a Europa e 10 equipas que jogam a feijões. Entre essas 10 equipas que jogam a feijões há, no entanto, que contar com as equipas que não recebem salários há meses e que, por essa razão, não só jogam a feijões como têm de comer os feijões no fim de cada jogo."
Leonor Pinhão, in A Bola
«O que é preciso o Orelhas fazer barulho e logo os árbitros beneficiam o Benfica... entreguem-lhes as faixas.»
«O Presidente Pinto da Costa tem de abrir a boca e falar sem medo. O Vieira descascou no árbitro e viram que resultou logo mandarem um árbitro para prejudicar o FCP.»
«Segundo o porco do J. Jesus todos gostariam de ir no lugar do Benfica, não tem jeito de treinador, parece um chulo do Bairro Alto.»
COM toda a franqueza, não percebo a razão deste escândalo. Para que serve um delegado da Liga? É esta a primeira questão que nos devemos colocar quando surge de rompante na ordem do dia essa grande anedota do delegado da Liga que, no domingo à noite, foi para o Facebook desabafar a sua desilusão e revolta consumado que estava o empate do FC Porto frente à Académica.
Portanto, voltamos ao início. Para que serve um delegado da Liga?
Quais são as suas áreas de jurisdição? Analisa o trabalho dos árbitros? A sua capacidade de observação tem poder efectivo e disciplinador sobre a organização dos jogos, sobre o comportamento do público, dos dirigentes e dos adeptos? Os seus relatórios à Liga podem induzir castigos ou louvores a terceiros, promoções ou despromoções na carreira?
Um delegado da Liga é uma espécie de polícia da Liga?
Ou é um detective?
Ou é um pau mandado, um verbo-de-encher, um papel de embrulho?
O senso comum presume que um delegado da Liga será alguém, em primeiro lugar, isento e, em segundo lugar, independente e distante dos clubes e dos interesses dos clubes da Liga.
Se for assim, o único interesse do delegado da Liga é pôr-se a milhas das máquinas de propaganda dos clubes, das discussões entre rivais. E pôr-se o mais perto possível dos sucessos da organização dos espectáculos e da justiça das decisões tomadas sobre os factos que observou com total isenção e que reportou à Liga, tal e qual como se passaram, sem tirar nem pôr.
Como se explica, então, que o senhor Manuel Armindo, delegado da Liga, de cabeça aparentemente perdida com o inesperado empate do FC Porto em casa, tenha escolhido expressar a sua mágoa e mais uns quantos insultos ao treinador e ao presidente do Benfica através de uma rede social?
Saberá o delegado da Liga o que é o Facebook?
À partida, quando se trata de Facebook, convenhamos que um delegado da Liga é exactamente igual a qualquer outro cidadão com conta aberta na dita rede social. E não há razão para que não seja igual aos demais.
De um modo geral, qualquer pessoa que poste do Facebook os seus pensamentos, desabafos e até confidências, fá-lo por duas razões:
1) Para que lhe achem piada.
2) E porque sabe que os relambórios por mais atrevidos ou melancólicos que sejam acabam sempre por ser inconsequentes.
No capítulo de lhe acharem os amigos piada, pode-se dizer que o delegado Armindo fez o mais do que merecido sucesso com que estava a contar. Terá tido, presumo, 954 likes, o que é bem bom, perto de um milhar de aprovações.
Já no capítulo da inconsequência prática da publicação dos seus pensamentos, o senhor Manuel Armindo espalhou-se ligeiramente ao comprido porque confiou em demasia na boa índole do seu amável grupo de amigos.
E o que dá ter tantos amigos. Acaba sempre por se apresentar um como delator e contravapor.
E agora, para cúmulo, está o bom do delegado Armindo suspenso pela Liga por ter violado de modo «grosseiro» os seus deveres e responsabilidades. Isto levanta questões constitucionais. Mas desde quando é que uma pessoa pode ser penalizada por dizer o que lhe vai na alma? Alguém duvida da sinceridade do delegado da Liga?
Sosseguem, caros leitores, porque o delegado Armindo, segundo a comunicação social, foi «suspenso» o que não é a mesma coisa do que ser, por exemplo, irradiado. E, assim sendo, mais dias, menos dia, vamos ter o delegado Armindo de regresso às suas funções que exercerá como sempre as exerceu: com isenção, distância e boas maneiras.
A única coisa que vai mudar no comportamento do delegado Armindo vai ser a sua relação com o Facebook. É, como todos sabemos, que não se pode passar do chat para o mural por dá aquela palha ou dá cá aquele penalty. Ou, mais estúpido ainda, consentir no roubo da password, que é precisamente o que lhe deve ter acontecido.
Ficará também para sempre a vontade de adivinhar qual seria a senha de acesso à página do Facebook do delegado Arlindo.
Têm sugestões? Qualquer coisa como Lisboareder ou mesmo 17551755, que é o ano do grande terramoto que destruiu a Capital, mas a dobrar.
Também é importante que o vasto público que tem acompanhado este drama (provocado pela porcaria das novas tecnologias) se sinta confortado num aspecto: o delegado Armindo é apenas um entre muitos delegados da Liga.
Ou seja: fundamental, nestes casos, é nunca cair na tentação de confundir a árvores com a floresta.
Respeite-se, portanto, a floresta. Excepção feita à aselhice cibernauta do delegado Armindo, todos os restantes delegados da Liga de Clubes são uns verdadeiros ases do Facebook.
Façam o favor de continuar a dormir descansados.
O Benfica mostrou uma boa atitude em Paços de Ferreira e não tremeu perante a responsabilidade que se lhe exigia: aproximar-se do FC Porto depois de os campeões nacionais, na véspera, terem tropeçado em casa perante a Académica de Pedro Emanuel, como era de esperar. Isto dando razão às palavras atribuídas ao delegado Arlindo no Facebook. Basta o Orelhas protestar que mandam logo um árbitro para roubar descaradamente o FC Porto.
Foi o que se viu no Dragão na noite de domingo. Noite e quase até de madrugada porque o jogo só terminou muitíssimo depois da hora prevista.
Voltemos a Paços de Ferreira. O Benfica esteve bem, soube mais uma vez reagir a um resultado negativo, marcou dois bonitos golos e tornou-se difícil eleger o melhor benfiquista em campo.
No entanto, e pedindo desculpa a Gaitán, que fez o seu melhor jogo em muitos meses, a Bruno César, que continua a ser decisivo, e a Javi Garcia, sempre igual a si próprio, o melhor benfiquista em campo foi Melagrejo que joga no Paços de Ferreira.
A sua exibição em 90 minutos foi altamente reconfortante para todos os benfiquistas por uma série de razões que nem vale a pena estar a enunciar.
Curiosamente, tenho um amigo portista que assim que acabou o jogo me mandou uma mensagem pelo telemóvel com os seguintes dizeres: «o Melagrejo estava tão condicionado que até conseguiu acertar uma bola no poste só para não marcar um golo contra o Benfas. Isto é sempre a mesma vigarice.»
É um bom amigo, a quem estes desabafos de perdoam.
Por isso mesmo, atrevo-me a sugerir à Liga que o contrate para seu delegado em substituição do delegado Armindo, enquanto este estiver suspenso. E eu nem sou pessoa de pedir empregos para ninguém.
ESTE alargamento da Liga para 18 clubes sem descidas de divisão é dos momentos mais tristes do futebol português. Se lêssemos que uma coisa destas se ia passar na Colômbia, no Senegal ou nas arábias, não faltariam os encolheres de ombros, as interjeições de desdém e de auto-conferida-superioridade perante os desgraçadinho do Terceiro Mundo que estão muito atrás de nós.
Mas é em Portugal que querem que uma anormalidade destas se passe. A um terço do fim do campeonato, muda-se o conceito da prova e passamos a ter 3 equipas que discutem o título, 3 equipas que discutem a Europa e 10 equipas que jogam a feijões. Entre essas 10 equipas que jogam a feijões há, no entanto, que contar com as equipas que não recebem salários há meses e que, por essa razão, não só jogam a feijões como têm de comer os feijões no fim de cada jogo."
Leonor Pinhão, in A Bola
PS: A Leonor à sua maneira relembra bem que no caso do delegado Armindo, mais do que as parvoíces escritas pelo ignorante Tareco Corrupto, aquilo que deve ser relevado é que este senhor, não é o único no 'meio', que pensa daquela maneira, a grande maioria dos delegados (observadores e afins) foram lá 'metidos' no reinado do 'Alguidar' e por lá continuam... liderados por um tal Óscar, ex-dirigente Corrupto!!!
É que alguém que escreveu aquelas alarvidades, não pode ter um comportamento civilizado, portanto seria impossível a todos os indivíduos que tivessem convivido, amigavelmente, ou profissionalmente com este animal, não notar as suas tendências... completamente impossível!!! E no entanto foi necessário ser 'apanhado' no Facebook... porque doutra maneira, nunca seria chamado à responsabilidade, podia fazer, dizer, ou escrever o que quer que fosse nos relatórios, podia comportar-se nas bancadas, ou nos túneis como bem entendesse e nada se passaria!!!
E da mesma laia (um bocadinho menos burros, talvez...!!!) são todos os outros, basta recordar as constante multas que o Benfica semanalmente é obrigado a pagar devido aos relatórios destes animais...!!!
Eu destacaria uma coisa que coisa que a Leonor não referiu:
ResponderEliminarA fraca instrução do dito delegado. Como é que um besunto, que não percebe de futebol, não é isento, nem tem a quarta classe pode ser delegado da Liga?
Se calhar, por causa disso mesmo é que pode!
Abraço
<span>Exacto... aliás os Caciques corruptos costumam rodear-se de gente ignorante, graxista por norma, mas extremamente ignorante... deve ser um requisito!!!
ResponderEliminarAbraços</span>