"Pude ver (e ler) duas entrevistas com Aimar, que fugiram ao figurino estafado de frases feitas e lugares-comuns.
Confirmei o que já achava dele. Jogador de inigualável classe, atleta que irradia a felicidade de fazer o que gosta (basta, em jogo, ler-lhe os olhos), profissional exemplar, pessoa inteligentemente sóbria que não se inebria pelo fascínio do efémero. Simplesmente... simples.
Com ele, não se pode falar de nacionalidades. É universal. Logo, também português. Só outro jogador não português deixou para a história do Benfica o mesmo lastro de classe e exemplaridade: Preud'homme. Aimar enche os campos com sinfonia, mestria, perfume. É um dos jogadores de quem até a relva e a bola devem gostar...
Há tempos, foi homenageado pela embaixada argentina. Disse então o diplomata: «O seu modo de ser torna-o muito valioso pela qualidade futebolística, mas impressiona ainda mais pelo humanismo. E, como dizemos na Argentina, é uma pessoa muito 'familiera', privilegia o espírito de família.»
O presidente do Benfica, na sua mensagem foi também certeiro: «Há jogadores que deviam ser eternos, e tu és um deles. A camisola do Benfica será sempre tua. Gostaria que o Benfica fosse sempre uma das tuas 'pátrias'.»
Boa notícia, a da renovação do seu contrato. A idade pode diminuir certas destrezas, mas reforça a sabedoria, a arte e a liderança.
Ele que, numa entrevista recente, definiu assim magistralmente o Benfica: «Sinto-me sempre melhor a jogar num clube onde a exigência está presente todos os dias e não se festejam empates.»"
Bagão Félix, in A Bola
Também eu penso que o Pablito joga à Benfica. A última frase do texto diz tudo.
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