"Foi no Estádio da Luz que assisti à cena mais ordinária, chula, abjecta (e por aí fora, escolham o adjectivo) protagonizado por alguém que, não aquela meia-dúzia de animalejos que a partir de agora passarão, felizmente, a ficar instalados, mais confortavelmente do que merecem, numa jaula apropriada ao seu comportamento de selvagens. Os jogadores do FC Porto resolveram, sabe-se lá se por auto-recreação se por ordens superiores - conhecendo a subserviência de uns e a prepotência de outros inclino-me mais para a segunda hipótese - recusaram-se a entrar em campo de mão dada com os meninos equipados 'à Benfica', numa exibição de indecorosa infâmia que ficou gravada na memória dos que, como eu, se viram confrontados com tal baixeza.
Agora, ficamos a saber, que uma (ao que se diz) professora, impediu a entrada de um rapazinho numa sala da escola onde alguns jogadores do Braga assinavam autógrafos só porque este trazia vestida uma camisola do Benfica e isso poderia ser considerado uma provocação. Não quero saber se o rapazinho trazia vestida uma camisola do Benfica, do Sporting, do FC Porto ou do Recreio de Águeda. Interessa-me a pulhice da (ao que se diz) professora. Interessa-me a coragem do rapazinho e a cobardia asquerosa da besta da (ao que se diz) professora. Interessa-me a censura, o desrespeito pela diversidade da escolha, a ilegalidade do acto, a perseguição a alguém só porque exibe uma preferência, seja ela qual for.
O Futebol não precisa disto, as escolas também não, e Portugal muito menos. Se uma (ao que se diz) professora foi suspensa não há muito tempo por ter posado nua para uma revista, que fazer com uma (ao que se diz) professora que se presta desta forma a ser protagonista de um filme pornográfico tão barato e ordinário como este? Também para gente assim faziam falta faltas umas jaulas..."
Afonso de Melo, in O Benfica
Qual jaulas? Gastar dinheiro em rede?
ResponderEliminarSoltá-los no Serengheti!