"Na arbitragem há erros involuntários e deliberados. Acredito que a larga maioria deles estará no primeiro grupo. A bola que bate na mão ou não, o fora-de-jogo bem ou mal assinalado, e tantas outras situações ajuizadas num instante. Quantas vezes tenho uma opinião que é desmentida pela repetição de imagens ou que nem assim fica esclarecida! E não se pode exigir aos olhos de um humano que equivalham a 30 câmaras!
Considero que, na sua grande maioria, o erro tem mais a ver com competência ou incompetência, experiência ou falta dela, e domínio ou descontrole emocional. Já a tendência sistemática ou enviesada de erro pode sinalizar mas do que isto...
Também acho que é mais aceitável o erro de não ter visto o que aconteceu do que o erro (?) de ter visto o que jamais ocorreu. Ai a imaginação pode já não ser apenas incompetência...
Finalmente, há o erro induzido que roça a negligência grave ou mesmo o dolo. Não se erra apenas quando se faz, mas igualmente quando se deixa de fazer alguma coisa. É o caso de se assinalar bem uma infracção, mas depois não cumprir objectivamente o que está escrito nas regras. Por exemplo, no jogo Porto - Gil Vicente, houve no início um penalty que ninguém discutiu por um derrube ao atacante gilista que estava só diante do guarda-redes. Manda a norma que, numa situação destas, não há segundas interpretações. O jogador faltoso terá de ser expulso. A amostragem de um mero e misericordioso cartão amarelo é uma fraude. É puro favor ou ataque de pânico perante o auditório. Em ambos os casos, muito grave. E se tivesse sido na outra baliza?
É caso para terminar recordando a frase de Vergílio Ferreira: «O que há de pior no erro é a sua verdade...»"
Bagão Félix, in A Bola
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