"Ainda a entrevista de Kokçu: o que nos sucederia se, em nome da liberdade de expressão, desatássemos a criticar em público as direções das empresas em que trabalhamos?
Na essência, a liberdade de expressão não estará em causa no caso Kokçu. Defendo-a com unhas e dentes, sabendo da responsabilidade de maravilhoso direito. E é, em parte, pela força dessa responsabilidade que, profissionalmente (mas não só), há muito defendo o elogio em público e a crítica em privado. Mas vamos ao caso: Kokçu é tão livre de falar que... falou. É verdade que terá no contrato cláusulas (anticonstitucionais?) que resultarão em multa por ter concedido uma entrevista não autorizada pelo patrão, mas mais do que ato, o que o deixa em xeque é o conteúdo.
O que me levou a refletir: sei que sou livre de criticar o meu diretor nas redes ou numa entrevista. Mas alguém imagina que eu passaria incólume se decidisse bradar aos quatro ventos que ele nada percebe da poda? Que deveria pôr-me a fazer grandes reportagens e não a editar uma secção? Ou que as melhores entrevistas deveriam ser conduzidas por mim e não pelo Manel? Ou que A BOLA me foi buscar à concorrência a peso de ouro e depois nunca me acarinhou, nem me pôs a tratar do filet mignon? Pois... o resultado não seria, decerto, o melhor para mim. Como, no Benfica, não foi para Vlachodimos, para João Victor, ou, agora, para Kokçu que, em primeira instância, ficou logo fora dos convocados.
Livre, até ver, da mão dura de Schmidt ficou, sim, Di María, depois de em duas ocasiões, em agosto e novembro de 2023, ter mostrado a sua irritação ao ser substituído. «O mister sabe que não gosto», disse, então, também numa entrevista a órgão de informação estrangeiro. Nada sucedeu. Talvez por estatuto, sim, mas digamos que há também que medir a gravidade de cada situação...
Os casos e casinhos têm sido muitos e com grande alarido na Luz, mas há uma evidência impossível de esconder: o Benfica está nos quartos de final da Liga Europa, está na luta pelo título na Liga e está nas meias da Taça de Portugal. Sabendo-se, claro, que ainda pode ganhar tudo ou... nada. O balanço da tempestade far-se-á, então, em maio."
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