"Salvio salvou o Benfica com golo no final, mas Zivkovic foi melhor em campo.
Cabeça limpa após o clássico
1. Benfica apresentou-se de cabeça limpa e a jogar bem na Amoreira depois da derrota no clássico com o FC Porto. Rui Vitória começou a ganhar o jogo quando decidiu manter a mesma equipa inicial. Não deixou cair nenhum jogador e, depois das derrotas, é muito complicado fazer essa gestão. Para nós, treinadores, saber o que fazer depois de algumas derrotas é um mundo tremendo e muito complicado. E, por vezes, alguns jogadores até obrigam os treinadores a serem injustos. Mas Rui Vitória deu um sinal positivo para toda a equipa, teve o raciocínio e a lucidez de não penalizar ninguém, mostrou respeito pelos jogadores.
Jogo merecia mais golos
2. Este foi um jogo que merecia mais golos, podia ter acabado 6-4 ou 6-3, tendo em conta as oportunidades criadas pelas equipas, mas sempre com a vitória do Benfica. O Estoril dividiu o jogo, especialmente na segunda parte, e até esteve por cima dos encarnados algumas vezes, numa altura em que se vivia um caos positivo em campo e os treinadores já pouca capacidade tinham de intervir no que se estava a passar no relvado, já pouco tinham a dizer aos jogadores. Foi já no tempo de compensação, dentro desse contexto, que o Benfica chegou à vitória justa.
Rafa, de herói a vilão
3. Na primeira parte, águias causaram muito dano no meio-campo do Estoril nas entradas verticais e na intensidade da recuperação com bola. Até aos 30 minutos, foi superior. Estoril reposicionou jogadores e conseguiu equilibrar o jogo, embora sempre com o Benfica mais forte. No segundo tempo, foi jogo de loucos depois do empate. O Estoril, em 4x3x3, percebe que pode ganhar e Allano foi grande agitador. A entrada de Salvio e a saída de Cervi torna o Benfica uma equipa mais de contra-ataque. Aí viu-se a grande dificuldade de Rafa: a finalização. Foi herói, por marcar o primeiro golo, passou a vilão, por ter perdido oportunidades de sentenciar a partida. Benfica arrisca tudo com Seferovic e Jardel a ponta de lança. Golo aparece quando estão Jiménez, Seferovic, Jardel e Salvio. O argentino foi salviador, mas Zivkovic foi o melhor em campo, por ter mantido a capacidade de raciocínio e de carácter para levar a jogo para a frente.
Sem Jonas, menos Pizzi
4. Benfica voltou a jogar com Raúl Jiménez no lugar de Jonas. Mas, na equipa, Jonas é insubstituível, tem dentro dele os verdadeiros números 10 e 9, ou seja, constrói e define. Desaparece e nunca se sabe quando aparece. O Benfica perde muito quando ele não está e Pizzi perde mais por faltar a principal referência para as combinações, já rotinadas desde o 4x4x2."
Vítor Manuel, in A Bola
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