"A equipa do Benfica deu ontem sinais de que respeita o escudo de campeão nacional que ostenta e é digna do estatuto de tetracampeã que faz com que esteja na demanda do Graal que é o penta. Este estado de alma não tem a ver com jogar bem ou jornal mal, mas alimenta-se do inconformismo e da ambição, condições elementares em qualquer projecto ganhador. Ontem, o início de partida da equipa de Rui Vitória foi acanhado, tristonho, insuficiente. Mas, das fraquezas o Benfica fez forças e, acima de tudo, os seus jogadores tiveram a grandeza de tomar o destino nas próprias mãos. Há um elemento no futebol que transcende a soma das valências individuais: trata-se da equipa, do espírito de conjunto, do primado do colectivo, algo intangível e ao mesmo tempo omnipresente nos casos de sucesso, uma fé de grupo que move montanhas.
Rui Vitória não é um treinador isento de defeitos, por vezes falha nas escolhas, encolhe-se na táctica e assume, volta e meia, um discurso cinzento. Mas, numa coisa há que fazer-lhe justiça: consegue fazer com que os seus jogadores sejam unidos e coesos, é capaz de apostar nuns quantos (Jardel e Zivkovic, por exemplo), sem perder outros (que é como quem diz, Luisão ou Jiménez), e dessa forma constrói uma solidariedade ganhadora.
O campeonato, apesar dos pontos de vantagem do FC Porto, continua em aberto. Os dragões têm sido os mais afirmativos ao longo da época, os leões, mergulhados num processo autofágico complicado, têm em Jesus o salvador, e as águias, apesar dos altos e baixos, voam com a convicção de que o penta é possível. Em resumo, no topo, assistimos a um sprint emocionante..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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