"Heróica vitória do Benfica na neve de Leverkusen.
Depois do categórico triunfo em Estugarda, há dois anos, foi agora a vez do Bayer se vergar à determinação dos encarnados (1-0), confirmando-se assim a tendência de registos favoráveis com formações germânicas, a quem a águia, enquanto visitante, nunca tinha ganho em 40 anos de provas da UEFA. Nem mesmo nos tempos áureos de Eusébio & companhia.
Para este compromisso, e sempre com os olhos postos também no próximo confronto com a Académica para o Campeonato, Jorge Jesus apostou nas novas descobertas - André Almeida, André Gomes e o reinventado Urreta - deixando no banco Máxi, Enzo Perez e Sálvio. E a verdade é que o desenrolar do jogo voltou a dar-lhe razão. O Bayer, apesar da sua maior posse de bola, não se livrou da enorme dor de cabeça que o Benfica, desde o início, lhe provocou.
Com um atento e incansável meio-campo, de que Matic voltou a ser figura de proa, o Benfica controlou sempre toda a movimentação ofensiva alemã, cujo empenho, sobretudo por parte do muito abnegado Kiessling, foi insuficiente para lhe acrescentar a eficácia desejada. Nem a lesão de André Gomes, substituído antes do intervalo por Enzo Pérez, modificou um tal cenário, já que qualquer deles cumpriu a preceito a dupla tarefa de recuperador e municiador de ataque. E várias foram as ocasiões, neste período, em que o Benfica chegou com perigo à baliza de Leno.
Na 2ª parte, a equipa de Leverkusen subscreveu então a sua mais acentuada fase atacante, mas, por ironia, foi na sequência de um desses lances, em que o golo esteve à vista na baliza de Artur, que ele surgiu, sim, mas na baliza contrária. Foi o contra-ataque encarnado a ditar leis, com a bola a ser trocada com rapidez e intencionalidade, para a conclusão superior de Cardozo, num gesto técnico perfeito.
Na altura, já Urreta cedera o lugar a Sálvio, sem que daí resultasse qualquer vantagem, valendo a boa prestação de Ola John no outro corredor e, em especial, de Gaitán, mais uma vez a jogar nas costas de Cardozo e a realizar trabalho de grande mérito. Uma função de apoio que manteria em relação ao inesperadamente apagado Lima, quando este trocou com o paraguaio no eixo do ataque.
A perder, o Bayer intensificou a sua pressão sobre o último reduto contrário, mas as suas intervenções esbarrariam no sólido muro encarnado, onde o 4+1 (Artur), embora com alguma sorte à mistura (e muita atenção de Melgarejo), se exibiu a contento e sem complexos. De referir a actuação serena de Luisão, apesar dos constantes apupos dos adeptos alemães, que ainda não lhe perdoaram aquele episódio do Verão passado.
Tão sem a propósito, diga-se, como se hoje nos propuséssemos assobiar alemães ainda por causa do maluco do Adolfo..."
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!