Últimas indefectivações

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Os JO desde do Alentejo (II)

"Depois de diplomas (adquiridos sem equivalências), dois bravos portugueses conquistaram, com brilho, em canoagem, a medalha mínima garantida e colocam-nos no quadro dos 76 países já medalhados.
O que gosto nos JO é do ecletismo universal e do pormenor personalista, ainda que muitas vezes maltratados pela obsessão de vitórias a todo o custo.
O que sempre retenho é o desportivismo da generosidade na vitória e da serenidade no desaire. Este ano, houve a riqueza humana da comoção do atleta dominicano Félix Sanchez, nos 400m barreiras, transportando anos de sofrimento, luta e memória familiar. Houve o francês 2.º classificado dos 3000m obstáculos a pegar literalmente ao colo o queniano vencedor, envoltos numa espécie de bandeira mista. Houve e expressivo depoimento de Jéssica Augusto («Fui um peixinho entre tubarões»), o sorriso tão simples quanto verdadeiro de Dulce Félix após o desfalecimento na meta e o grande exemplo de Clarisse Cruz nos 300m obstáculos. Houve o choro da decepção do sonho de ginastas e a alegria partilhada de vencedoras. Houve o soberbo trajecto da maratona pelas entranhas de uma Londres tão bela quanto acolhedora. Apenas exemplos de deliciosos detalhes que nesta coluna não cabem.
Mas estes JO também deram lugar a batotas. Desde castigadas equipas de badminton que fizeram por perder para influenciar partidas seguintes, até à vergonha no basquetebol em que a Espanha forçou a sua própria derrota contra o Brasil para evitar os EUA antes da final. Ou do argelino que fingiu lesão nos 800m para depois, são que nem um pêro, ganhar o ouro nos 1500m!"

Bagão Félix, in A Bola

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