"Já se viu que o novo presidente da Liga aterrou no futebol para fazer ondas. Primeiro, foi a famigerada proposta (mancomunada com os clubes que o elegeram por interesse próprio mas espúrio) de elevar para 18 os clubes do campeonato principal, tantos como a Alemanha onde um só deles - o Bayern - tem mais receitas do que os nossos todos juntos. Agora, é a contenda aberta com a Federação sobre o acordo que esta, com o respaldo dos principais clubes, celebrou com o Governo quanto à forma de liquidação de 13 milhões de euros (parte do total de 33) relativos à bafienta dívida do 'totonegócio', cuja disputa se arrasta há quase um vinténio! Invocando argumentos precários - como o de que a Liga correria o risco de ficar insolvente! - e o facto de não ter sido ouvido nem achado no assunto, o presidente da Liga contesta o referido acordo e aconselha os seus filiados a fazerem o mesmo. Será que o sr. Mário Figueiredo procura o protagonismo através da beligerância? Não acha que os problemas que afligem o futebol português já chegam e sobram?
Como se fosse pouco, pensa em desencadear ainda outra querela, esta: que o vencedor da tala da Liga adquira o direito de participar numa competição europeia, como hoje sucede com a taça de Portugal. Que é como quem diz na Liga dos Campeões, visto que a Uefa projecta suprimir a Liga Europa a partir de 2015. Ou seja, as taças - provas aleatórias - passariam a contar tanto ou mais do que o campeonato - prova de regularidade - que gradua sempre os mais fortes. Já agora, a propósito da futura e mais que provável Super-champions, sabe-se que terá a participação de 64 equipas em vez das 32 actuais e menos 16 do que as actuais duas Ligas europeias juntas: 32+48=80."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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