"Nenhuma dúvida: o problema desta equipa do Benfica não é nem a falta de vontade, de querer, de profissionalismo dos seus jogadores, nem, tão pouco, qualquer atitude de contestação, rebeldia ou simples oposição ao seu treinador.
Quando Rui Vitória anuncia que o grupo está unido e tem conversas aglutinadoras, fala verdade. Vê-se em cada lance, em cada momento de desespero, em cada momento de descrença, que a angústia e a fragilidade e sentida numa dor solidária.
Porém, não deixa de ser angústia, não deixa de ser tristeza, não deixa de ser dor, nem deixa de ser uma imensa e colectiva fragilidade emocional.
A isso, Rui Vitória não tem conseguido responder da melhor maneira, o que, sinceramente, me parece natural vindo de alguém que precisa, ele próprio, de ajuda no difícil controlo das emoções. Era suposto que o líder não se deixasse influenciar pelo rumo menos feliz dos acontecimentos e conseguisse ser exemplo numa solidez de rochedo? Sim, mas há sempre que contar com a condição humana, até mesmo nos tempos de hoje.
Com um pouco mais de lucidez, organização e pragmatismo, o Benfica teria, ontem, ganho facilmente ao AJax, mesmo confirmando-se que é uma equipa em séria recuperação do seu antigo prestígio europeu. Não conseguiu melhor do que o empate, ficou praticamente afastado da qualificação para os oitavos de final da Champions, mas, ao contrário da época passada, deu um passo em frente na continuidade competitiva europeia. Será na Liga Europa? Provavelmente, mas na prova que é mais à sua medida."
Vítor Serpa, in A Bola
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