"Diz o dicionário que energúmeno é o seguinte em vários significados:
1. (Antigo) Pessoa dominada pelo demónio. = Possesso
2. (Figurado) Pessoa que, dominada pela paixão, tem atitudes ou comportamentos excessivos.
3. (Figurado) Fanático intolerante.
4. (Pejorativo) Pessoa considerada ignorante ou muito básica. = Boçal.
Podemos escolher o significado mais antigo, o figurado, ou podemos escolher o pejorativo, que afinal é aquele que retrata a maioria dos ditos cujos.
É tão fácil sugestionar as pessoas a dizerem aquilo que queremos que digam, desde que o sugestionador seja uma pessoa sem escrúpulos.
A discussão sobre o papel da imitação na ontogénese da criança aparece em contextos teóricos que tentam explicar os mecanismos de estruturação da representação (cf. Wallon, 1979, 1986a; Piaget, 1975; Piaget e Inhelder, 1980). Esta discussão inicia-se com a dificuldade de se chegar a um acordo conceptual sobre o que é imitação.
A criança observa activamente os outros que a atraem, há uma tendência de se unir a eles numa espécie de participação efectiva. Daí se formam os ingredientes básicos do processo imitativo: uma constelação perceptivo-motriz ou uma plasticidade constituem-se numa espécie de modelo íntimo, agrupando impressões diversas e esparsas no tempo, numa fórmula global. Esta fórmula, em seguida, tende a transformar-se, a efectivar-se no meio físico, em termos sucessivos, para compor o desenrolar do acto imitativo. Aparentemente, não existe problemas nesta transformação se se conceber a ordem dos gestos está implicada no esquema do registo dos mesmos. Mas não é bem assim que se interpreta o modelo: ele é concebido como um conjunto, como algo organizado que corresponde a uma impressão global. Visto desde modo, constitui-se num problema o facto de esmiuça-lo em seus termos sucessivos. O êxito de uma imitação é conseguido quando os gestos se articulam com uma topografia e um momento, integrados na realização da totalidade.
Mentalidade desta é notória quando se tem o descaramento de afirmar que 'Sentimos as armadilhas. Se não existissem, seríamos líderes destacadíssimos'."
Pragal Colaço, in O Benfica
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