"Semana de selecções, semana de hinos. Transmissões televisivas a rodos, com interesse entre zero e alguma coisa. Por mim, passo por lá e logo salto para... um livro.
Mas há um momento solene que aprecio: o da cerimónia dos hinos. As câmaras filmam de detalhes interessantes, desde o modo diverso como jogadores sentem (ou não) o hino até às menos respeitosas bancadas.
Há dias, por acaso, ouvi os hinos do Liechtenstein - Itália. Como o da Itália, 'Fratelli d'Italia' - para mim o que mais me encanta - teimava em não ser reproduzido pelos altifalantes, vai daí os transalpinos nas bancadas e os jogadores perfilados, improvisaram-no. Só depois, veio a gravação e, de novo, o entusiasmo das vozes. Uma espécie de duplo hino que sempre tem no sempiterno guarda-redes Buffon o seu intérprete pleno de alma, transbordante de expressividade e de energia. Belos minutos!
Ouviu-se, de seguida, o hino do pequeno principado. E que composição era? O hino britânico ('God sabe the Queen'), ainda que, obviamente, com outra letra em alemão, 'Oben am Jungen Rhein' ('Acima pelo jovem Reno'). Confesso a minha surpresa.
Há mais hinos em parte plagiados. O uruguaio tem algumas notas musicais da ópera Lucrezia Borgia (1933), de G. Donizetti. Há insinuações sobre outros,como os da África do Sul, Argentina e Bósnia.
Por sua vez,a Finlândia e a Estónia têm hino com a mesma música, de autoria de um... alemão. Por falar em alemão, a melodia do seu hino é do célebre compositor alemão Joseph Haydn (1797).
Por fim, o caso singular do hino espanhol ('Marcha Real') que não tem letra. Daí os jogadores não terem necessidade de a aprender, de afogadilho."
Bagão Félix, in A Bola
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