"Retomo o tema de ontem. Agora em versão bélica.
Começo por expressões, de cariz guerreiro para o movimento da bola: tiro, em vez de pontapé e arremesso para um lançamento lateral. Os braços tornam-se letais, com a curiosidade de, através das mãos, a imprevisibilidade do arco ser acrescida. Maxi Pereira pode abrir escolinha só para arremessos quando deixar de jogar à bola. Até lá que continue a dar trabalho aos adversários que, à míngua de argumentos sobre a eficácia do dito arremesso, o acusam de uma das chuteiras estar um milímetro que seja acima da relva.
O tiro também pode ser petardo ou em versão mais impiedosa, bomba. Ou, para marcar um golo com raiva, fuzila-se o guarda-redes, depois do intenso fogo cerrado. Até os postes mudaram de matéria-prima: agora são, em jeito belicista, os ferros. Há ainda a versão futebolista do míssil terra-ar: pontapé para a atmosfera. Ou dos desajeitados contendores com chutos de meia bola e força! Ou, ainda, dos distraídos que pontapeiam de bicicleta! Ou dos que, prevenidos, antes de pontapear fazem um túnel. Um jogo pode ser uma batalha ou, pior um massacre, sobretudo quando se alcandora o adversário à categoria de inimigo. Os treinadores escondem a estratégia de ataque. Às vezes para furar o bloqueio, lançam mãos de armas secretas ou metem a carne toda no assador. Por isso, há quem deixe a pele no terreno. Como última solução: uma chicotada.
Se entrincheirado na defensiva, reage-se com contragolpe mortífero que apanhe o adversário fora das posições. É fatal num prolongamento, pois pode originar a morte súbita.
Aguenta coração!"
Bagão Félix, in A Bola
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