"Regressado à Taça dos Clubes Campeões Europeus de Hóquei em Patins, o Benfica teve uma viagem inesperada
Em 1980, o hóquei em patins encarnado voltou a disputar a Taça dos Clubes Campeões Europeus, cinco anos depois. O Benfica mostrava-se muito confiante para a competição, o sorteio tinha sido bastante favorável, remetendo para o lado contrário dois dos principais candidatos ao título: Reus e Barcelona.
Na 1.ª eliminatória, os benfiquistas defrontaram os italianos do Laverda de Breganze. A 1.ª mão foi jogada em Itália. O que aparentava ser uma viagem tranquila tornou-se numa 'viagem bastante cansativa. Basta dizer que o avião levantou voo da Portela aos primeiros minutos da tarde do dia 10, para um outro aterrar em Veneza perto das 5 horas do dia 11'. Obrigado a fazer escala em Roma, a comitiva encarnada aproveitou para passear e para 'um jantar num restaurante típico à conta da companhia aérea, que pagou bem caro um erro de contas... horárias'.
Rigoroso, Torcato Ferreira não gostou desta alteração de planos, até porque assim 'os jogadores acabariam por sentir os efeitos de terem estado muito tempo sem dormir. Mas nem por isso os poupou a uma sessão de treino efectuada nessa tarde, depois de uma manhã a recuperar as horas perdidas'. Outra contrariedade prendia-se com o facto de o Pavilhão de Montecchio Precalino situar-se a 90 quilómetros de onde os benfiquistas estavam instalados. Chegados ao recinto, depararam-se com um 'piso de pedra, demasiado escorregadio, a dificultar o controlo da bola e o ensaio de determinantes jogadas'. No entanto, foram imediatamente informados de que o conjunto italiano também não estava habituado a este recinto, por disputar os seus jogos em outro rinque, vetado por não possuir as dimensões regulamentares para jogos das provas europeias. O Larverda de Breganze frente ao Benfica foi o primeiro encontro a ser disputado nesse pavilhão.
No dia 12 de Abril, os encarnados enfrentaram 'um ambiente pesadíssimo, com uma claque ensurdecedora, especialmente nos primeiros momentos do encontro'. Os benfiquistas não se deixaram afetar, com Picas e Piruças em destaque. Os dois jogadores demonstraram a sua qualidade técnica, produzindo lances de elevado nível. O Benfica inaugurou o marcador logo aos 4 minutos. A protagonizar um excelente espetáculo, aumentou a vantagem ainda durante o primeiro tempo. Na segunda parte, os italianos apostaram no ataque, mas Ramalhete, com uma óptima exibição, manteve as redes invioladas.
Na 2.ª mão, foi a vez de o guarda-redes italiano brilhar, garantindo a vitória para a sua equipa por 1-2. Apesar da derrota, o Benfica passou à eliminatória seguinte, numa caminhada que teve a final como destino. Perante o Barcelona, os encarnados viram o título europeu escapar, sendo a prova em falta para alcançarem o pleno numa época em que venceram o Campeonato Nacional, a Taça de Portugal e o Torneio de Abertura.
Saiba mais sobre estas conquistas na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
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