"Fernando Santos tinha razão quando disse que só regressaria a Lisboa no dia 11 de Julho. Um homem de fé religiosa, com muita fezada desportiva.
O seleccionador nacional, conservador nos processos e prudente nas escolhas, levou a água ao (seu e nosso) moinho. Não que tenhamos deslumbrado num Euro em que, aliás, ninguém deslumbrou. Na minha opinião, o seleccionador teve o enorme mérito de fazer dos jogadores uma equipa e não uma mera soma de onze atletas. Transmitiu ideias que, em tese, poderiam não ter sido suficientes, mas são sempre necessárias: a solidariedade, o companheirismo, a vontade e a coesão. Revelou ser um mestre na gestão de pessoas e fê-lo sempre inculcando motivação, ambição e sentido de utopia. Utopia que está a 90 minutos de poder ser realidade. Bem oposto do que havíamos visto em anteriores competições, eivadas de pequenos e médio casos com jogadores, que minaram a ideia de conjunto.
Tivemos sorte nos sorteios e em alguns jogos? Sim, não há como negá-lo. Mas Fernando Santos e os jogadores souberam procurá-la. E juntaram à dita ventura, trabalho e esperança.
Final, com a França ou com a Alemanha, só hoje à noite o saberemos. De uma coisa estamos certos: salvaguardadas as devidas distâncias, estamos na mesma posição da Grécia na final do Euro 2004:
não somos favoritos, mas poderemos ser campeões europeus. Parafraseando, com a devida vénia, uma frase de Dalai-Lima, «agnósticos só no fim do jogo». É um orgulho para Portugal e, sobretudo, para os nossos compatriotas em França. Só por eles valeu a pena ter chegado à final de domingo e sonhar."
Bagão Félix, in A Bola
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