"Continuam a fazer-se sentir as ondas de choque provocadas pela passagem de André Carrillo de Alvalade para a Luz.
Se procurarmos com atenção, ao longo da história, têm sido raras as vezes em que uma primeira figura de um dos clubes passou directamente para o rival. Há Paulo Sousa, há também João Vieira Pinto, e mesmo assim em processos com contornos diferentes dos que hoje se verificam com Carrillo.
Porém, para encontrar situações semelhantes noutras paragens, não haverá que recuar muito tempo: a forma como o FC Porto não desistiu de Fernando, acabando não só por beneficiar do seu contributo desportivo como ainda das mais-valias criadas com a transferência do trinco brasileiro para o Manchester City; e a maneira com Maxi Pereira terminou a época na Luz, criando o Benfica uma total separação entre o departamento técnico e o processo negocial, ilustram bem que é possível fazer diferente e melhor.
Concluída esta novela (embora haja ameaças de demandas judiciais), uma pergunta impõe-se: o que ganhou o Sporting com o tratamento que deu a André Carrillo?
Não logrou a renovação; não impediu a partida do internacional peruano para o principal rival; não beneficiou do contributo desportivo do jogador ao longo da época; e, pelos vistos, criou uma situação de tensão no balneário que Jorge Jesus teve de gerir com pinças. É isso que se depreende das declarações, na hora da partida para a China, de Fredy Montero, que não teve dúvidas em defender a posição de André Carrillo, afirmando mesmo que «ninguém no Sporting tem o direito de julgá-lo, tomou a decisão dele»."
José Manuel Delgado, in A Bola
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