"Mais ou menos a fingir, a política portuguesa vive no intervalo entre moções de censura e a ausência de moções de confiança.
Também no futebol português, pelos vistos, não bastam moções de censura. Perante aquilo a que vimos assistindo, sugiro que se passe ao grau seguinte: a necessidade de uma moção de... cintura.
Uma moção de cintura que, de uma vez por todas, erradique a hegemonia dos que só têm jogo de cintura, numa constante metamorfose camaleónica, sempre a exclusivamente preocupados com a preservação e perpetuação de pequenos e médios poderes intestinos, de que se julgam proprietários.
Uma moção de cintura que afaste, definitivamente, os falsos centuriões que se reclamam de detentores do poder absoluto.
Uma moção de cintura que acabe com a vantagem desonesta de se conspirar, transaccionar ou condicionar na margem. E que, ao invés, permita renovar, saudável e geracionalmente, o escol dos dirigentes, e torne efectivo o necessário escrutínio de uma actividade onde se movem interesses poderosos e dinheiro fácil.
Uma moção de cintura que possabilite um cinto de salvação para o nosso futebol.
E, desse modo, seja meio caminho andado para afastar comprometimentos espúrios, incompatibilidades deontológicas, gorduras de sentido único, e afinidades disruptivas. Um bom cinto de salvação exige envolvimento e aperto. Por outras palavras, carácter e responsabilidade. Ética e desapego. Estratégia e imparcialidade. Emagrecimento e contenção. E, sobretudo, exemplaridade."
Bagão Félix, in A Bola
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