"Já todos sabemos que a avaliação do rendimento dos jogadores ou dos treinadores, é feita, na esmagadora maioria dos casos, em função do resultado. Se a equipa ganha, está tudo bem, protegem-se os erros. Na derrota, só mesmo alguns (muito poucos) são protegidos. Os guarda-redes, por exemplo, são muitas vezes alvo de análises feitas com pouco conhecimento. Quanto maior a dimensão da equipa maiores os disparates que se dizem sobre esses jogadores. Se recordamos o que se passou com Damas ou Bento e nos lembrarmos do percurso de Rui Patrício e do que se passa agora com Bruno Varela, percebemos que a crítica tem semelhanças. Com a mesma facilidade com que se diz que devia ter defendido o penalty, exige-se que agarre a bola e talvez até só com uma das mãos. A culpa tem sempre de ser de alguém para que outros sejam protegidos. Trate-se de jogadores, treinadores ou dirigentes.
Esta atitude de só interessa quem ganha também contagiou, de há anos a esta parte, muitos dos decisores deste nosso futebol, que não conseguem perceber que estão a ajudar a aumentar o fosso entre os competidores e a diminuir a competitividade da Liga.
Com uma semana de antecedência propõe-se a calendarização entre a 6.ª e a 14.ª jornadas do campeonato, o que significa que no passado dia 8 ficámos a saber que jogamos a 15, ou seja, hoje. Isso implica, para as equipas que têm que viajar, alterações forçadas nas suas agendas e os mais afectados são sempre os que têm menos recursos. Mas isso não é importante; importante são os que devem ganhar.
Um dia, talvez a Liga seja disputada só pelos que a podem vencer. Talvez se perceba então a falta que fazem os outros. E talvez esses outros percebam que são a maioria. E talvez a maioria perceba então que deve entender-se. Talvez um dia. É pena!"
José Couceiro, in A Bola
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