"A fatwa é, segundo as explicações disponíveis, um pronunciamento legal do Islão emitido por um especialista em leis religiosas. Ao longo da história já existiram inúmeras fatwas sobre os mais diversos temas. A mais controversa foi lançada pelo então líder do Irão, ayatolah Khomeini, em 1989, ordenando a morte do escritor britânico de origem indiana Salman Rushdie por este ter escrito o livro Versículos Satânicos, considerando que a obra não passava de uma «blasfémia contra o Islão». Além disso, Khomeini condenou Rushdie por apostasia, ou seja, fomentar o abandono de fé islâmica. O ayatolah ordenou a todos os «muçulmanos zelosos» o «dever» de tentar assassinar o escritor e, por força disso, Rushdie foi forçado a viver no anonimato durante 13 longos anos.
O futebol, para muitos, é uma religião e seu clube a sua crença maior. O fanatismo, em qualquer das suas dimensões, sempre existiu e, provavelmente - a não ser que existia um enorme progresso civilizacional - sempre existirá.
Em psicologia, um fanático apresenta determinadas características. A saber: agressividade excessiva; preconceitos variados; estreiteza mental; extrema credulidade quanto a um determinado sistema; ódio; sistema subjectivo de valores; intenso individualismo.
Não se espera de um canal de informação de um clube (não necessariamente um televisivo), ou de um adepto - ainda por cima pago para desempenhar aquele papel - isenção na análise aos assuntos, até porque a paixão, muitas vezes, tolda a razão. Pode não se pedir isenção, mas julgo que se deve exigir ponderação, até porque há sempre um exército mentecapto altamente disposto a perseguir os infiéis.
O pronunciamento de uma fatwa está num horizonte, apesar do ambiente reinante, imensamente longínquo, mas quando já se discute linhas e respectivas espessuras, este fica cada vez mais perto."
Hugo Forte, in A Bola
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