"Numa competição internacional é habitual ouvirem-se frases como «a nossa meta é chegarmos tão longe quanto possível». Na Champions, considera-se que se atingem os objectivos chegando aos quartos-de-final. E, de facto, é um bom desempenho desportivo e financeiro.
Nos últimos 10 anos, a estatística (por países) das equipas que atingiram aquela fase é elucidativa: à frente a Espanha, com 29% de presenças (nos últimos 5 anos, sempre com 3 equipas). Segue-se-lhe a Inglaterra com 21% (nos primeiros anos com 4 clubes, mas nas últimas ligas em acentuado decréscimo). Depois, a Alemanha com 18% (sempre representada, mas não mais do que por 2 clubes). Mais atrás, a França com 11% e a Itália com 10%. Nestes 10 anos, restam 9 presenças (num total de 80) para o resto da Europa, apenas por via de 5 países. Portugal, em primeiro, com 4 entradas (duas vezes cada, Benfica e Porto). A seguir, Turquia com 2 (Fernerbahçe e Galatasaray), Ucrânia (Shakhtar), Rússia (CSKA Moscovo) e - surpresa - Chipre (Apoel).
Países com tradição e currículo nunca lá chegaram com qualquer das suas equipas. Refiro-me à Holanda, Rep. Checa, Grécia, Escócia, Bélgica, Suécia, Roménia e Sérvia. Diz-se que a Liga Europa é a 2.ª Divisão europeia. Mas o que verificamos é que também na Champions há, em terminologia italiana, uma série A e uma série B.
É no que deu a fragmentação pelo dinheiro e pela pura lógica de mercado. Os mesmos a ganhar aos mesmos e a ideia da (boa) surpresa a desvanecer-nos temos de conformar com a (rica) monotonia da parte final desta prova?"
Bagão Félix, in A Bola
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