"Começaram os jogos de pré-época, recomeçaram as sentenças definitivas acerca da mais-valia ou não dos reforços. Garantidamente, a julgar pela regularidade anual com que são debitadas, as referidas sentenças ajudam a fazer jus ao adjectivo ‘silly’ que costuma acompanhar a ‘season’.
Com a ausência de quase meia-dúzia de futebolistas (internacionais que perlongaram as férias por terem estado ao serviço das suas selecções); com alguns jogadores que fizeram pouco mais do que uma semana de treinos em conjunto; com um futebolista que fora contratado na antevéspera do primeiro jogo e outro que tinha apenas mais um dia de Benfica do que o anterior; com dois jogos de treino feitos no espaço de 24 horas e com um terceiro apenas 48 horas depois; com o plantel longe de estar definido no que respeita a dispensas, vendas e contratações… Com tudo isto e muito mais, foi possível a muitos especialistas de bancada, televisão, rádio, jornais, tascas, redes sociais e casas de alterne debitarem certezas acerca do valor dos futebolistas, da táctica, da estratégia, da cor das camisolas, da “estrutura” (ah! a famosa “estrutura”…), da distância entre Portugal e a Suíça, e até da quantidade de mosquitos em torno do campo onde se jogou o primeiro jogo se ouviu uma teoria. O denominador comum foi o tiro ao alvo a um ou outro ódio de estimação que se transformará em amor eterno logo que surja a próxima entrevista exclusiva ao jornal do escriba. No meio de tudo isto, alguns dos reforços foram endeusados sem qualquer motivo especial e outros crucificados apenas porque sim. Sendo que, em alguns casos, do Olimpo ao Gólgota e vice-versa bastaram apenas 24 horas e uma mudança de vento na redacção ou de humor dos opinadeiros."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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