Últimas indefectivações

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Quem tem estrelas brilha

"Benfica tem resolvido problemas sem ceder à ansiedade. O campeão parece encontrado

Novidades 'vs.' rotinas
1. O Benfica apresentou-se com duas alterações no seu onze tipo (saídas de Salvio e Jiménez) sendo que a aparição do mexicano envolve novas dinâmicas no momento ofensivo da equipa, pela mobilidade que imprime às suas movimentações. O Rio Ave, trazendo vitórias das duas últimas jornadas, apareceu motivado e com a sua ideia de jogo bem cimentada (4xx3 com dinâmicas rotinadas), com Petrovic como pivot defensivo, libertando Krovinovic e Tarantini no apoio ao tridente ofensivo.
Com Luião a comandar todo o processo defensivo da equipa - imperial a liderar o controlo do profundidade da última linha - o Benfica abordou o jogo de forma mais agressiva e intenção vincadamente ofensiva. Com as linhas muito subidas, procurava condicionar a habitual matriz de jogo dos vila-condenses assente na construção de jogo a partir de zonas muito recuadas e na ligação das suas linhas através da dinâmica dum excelente Krovinovic, nas constantes rupturas de Tarantini e na solidez defensiva de Petrovic.

Maior pressão após intervalo
2. O jogo ia-se arrastando de forma previsível durante os primeiros 45 minutos, com o Benfica à procura dos caminhos da baliza de Cássio e a equipa de Luís Castro, organizada e personalizada, a assumir uma postura expectante, mas, aquando da recuperação da posse de bola, a revelar elevados índices de ambição.
A segunda parte iniciou-se com o Benfica mais pressionante, encostando o Rio Ave às cordas e ameaçando de modo mais incisivo a baliza. Sentindo a ameaça, Luís Castro retira Gil Dias e aposta em Rúben Ribeiro para estabilizar a equipa. Este consegue dar mais bola à equipa e esta conhece novo estado de alma, discute o jogo doutra forma, encontrando outros espaços para jogar e o jogo ganha equilíbrio. A bola começou a rondar as duas balizas e percebia-se que quem possuísse mais arte na hora de finalizar e aproveitar as raras ocasiões de golo sairia vencedor de um jogo rico tacticamente e recheado de bons executantes.

Desperdício 'vs.' acutilância
3. Heldon não aproveita uma transição rápida em situação de superioridade numérica e deixa Luís Castro à beira dum ataque de nervos. E como no aproveitar é que está a virtude, a arte maior dos jogadores do Benfica - superior capacidade decisional - não deixou o jogo terminar sem golos e o recém-encontrado Salvio aproveitou um grande lance de Jonas e entregou de bandeja o golo a Jiménez. Estava encontrado o vencedor de um jogo muito equilibrado, como indicam as estatísticas da partida, com um Rio Ave muito rigoroso e carregado de vontade, mas que não soube aproveitar o que criou, permitindo que as estrelas do Benfica encontrassem as soluções que o colectivo tardava em descobrir.

Pragmatismo
4. Este jogo em que o Benfica revelou superlativo pragmatismo traduz na perfeição muitos dos momentos deste campeonato, em que os encarnados, sem se exibirem com grande fulgor, souberem resolver os seus problemas usando a alargada gama de recursos dos seus elementos do ataque, a capacidade de manter compacto o seu bloco, nunca cedendo à ansiedade, muito menos adulterando os princípios em que assenta toda a sua estrutura de jogo. O campeão parece encontrado."

Daúto Faquirá, in A Bola

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