"A euforia com que os benfiquistas celebraram o desrespeitoso espezinhamento da memória do minuto 92 no Dragão por parte do Lisandro, tem sido vista pelos nossos mais acérrimos e fiéis detractores, como uma confirmação do abaixamento do nível de exigência por parte dos adeptos do SLB em relação aos objectivos do clube, olvidando eles que tal modo de festejo teve origem nas circunstâncias e não na substância.
Aos olhos dos que nos julgam do outro lado da trincheira, os festejos dos sobreviventes do desastre do Titanic ao pisarem solo americano, foram reveladores de mentalidade pouco exigente, de passageiros que chegaram tarde ao destino e nem protestaram... em nada tiveram a ver com o facto de terem sobrevivido a um desastre antes de alcançarem o outro lado do Grande Charco.
Para que bem entendam o que o SLB alcançou, comparativamente aos sobreviventes do trans-atlântico, sair do Dragão (que é a eterna cruz que o SLB carrega às costas) com um empate, após entrar em campo desfalcado de 5 presumíveis titulares, perdendo ao quarto de hora o capitão e líder, é como alcançar Nova York no Titanic partido ao meio, depois de arrasar com um iceberg. Isto tudo apostando numa postura de "cada catástrofe é uma oportunidade", que é como quem diz "um copo de leite derramado pela manhã, é uma oportunidade de começar o dia a beber vinho sem a mulher poder reclamar".
Cumpre-nos pois, a obrigação de não só aplacar as críticas externas, como também de sublinhar os méritos do responsável por este e outros pequenos milagres, um verdadeiro mestre do escapismo futebolístico, um autêntico Ruidini, que contorna obstáculos com a mesma destreza com que se aborda o sinuoso traçado da Rampa da Falperra… a grande velocidade. Desde que aportou ao SLB, Ruidini já teve que dobrar a desconfiança, vencer a herança, chutar as lesões ou esquecer os castigos. Sair vencedor do jogo da época, perdendo o titular das redes no dia do jogo, discutir uma eliminatória europeia tendo no camarote os dois principais craques ou ostentar 5 pontos de vantagem contabilizando 16 casos clínicos em 4 meses é como ser atirado para um bidon de ácido sulfúrico, acorrentado, todo nú e sair de lá vivo.
Terminando como se começou, com uma palavrinha aos fiéis detractores, desafio-vos a um exercício. Peguem no vosso FCPorto e retirem dele 5 titulares (exercício impossível de realizar com SCP, pois os danos causados por 1 mês sem 1 jogador, retiram qualquer interesse a uma suposição de 4 meses sem 5 atletas). Mas calma, não retirem à vossa escolha… saquem do 11 titular o Marcano (entra Boly). Agora retirem Telles (Layun). Façam o mesmo com Danilo (sei lá… Rúben Neves?). Ainda não acabou, falta o Otávio (Varela ou López, não inventem Brahimi que o NES não gosta dele). Na frente deixo escolher se querem jogar sem Jota ou Silva (Depoitre lá para dentro). Temos pois: Casillas; Maxi, Felipe, Boly e Layun; Neves, Corona, Torres e Varela; Jota e Depoitre (Silva e Depoitre seria demasiado)… apareçam assim na 2ª volta na Luz se faz favor… ah, não se esqueçam: aos 15 minutos sai Felipe e entra Chidozie… Boa Sorte (sim, estão dispensados de utilizar o Herrera)."
Muito bom mesmo, grade post.
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