"Por deliberação do Banco de Portugal tomada em 3 de Agosto de 2014, foi criada uma nova instituição bancária, que ficou designada por Novo Banco SA.
Vários activos e passivos que faziam parte do Banco Espírito Santo foram transferidos para o Novo Banco SA e outros ficaram no Banco Espírito Santo. Em linguagem corrente, o "lixo", ficou no BES e o "caviar", saltou para o Novo Banco. Mas esse "caviar", não poderia ser transferido sem transportar com ele passivos anteriores do BES.
Ficaram também no BES, o valor de disponibilidades no montante de 10 milhões de euros, para permitir à (nova) Administração do Banco Espírito Santo, SA, proceder às diligências necessárias à recuperação do valor dos seus activos, ou seja, uma verba para custos de gestão.
Em 2011, o Banco Comercial Português e o BES, subscreveram 54.833.905 VMOC (Valores Mobiliários Obrigações Convertíveis) em acções, ou seja, 27.416.953 pelo Banco Espírito Santo, SA e 27.416.952 VMOC pelo BCP, as quais se venciam em Janeiro de 2016.
No Balanço da Sporting SAD e em função de um reajustamento contabilístico, figuram 47.925.000, ou seja, quarenta e sete milhões, novecentas e vinte e cinco mil VMOC's.
Mas a Sporting SAD, precisava de reestruturar mais dívida e já sob a égide do Novo Banco SA, tendo emitido então 80 milhões de VMOC's, consistindo na conversão de créditos detidos sobre a Sporting SAD, pelo Novo Banco SA, no montante de Euro 24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de euros) e pelo Banco Comercial Português, SA, no montante de Euro 56.000.000,00 (cinquenta e seis milhões de euros), as quais (VMOC's) foram convencionadas com vencimento em 2026.
Temos então duas operações de emissão de Valores Mobiliários Convertíveis, no montante de 135 milhões de euros, contabilisticamente cerca de 127 milhões.
Estes valores mobiliários convertíveis caso não fossem pagos pela Sporting SAD, seriam (são), transformados em acções da SAD do Sporting.
O que a Sporting SAD na prática conseguiu fazer foi (...), chutar para 2026, uma grande dívida que nos custa uma pipa de massa a todos nós, com uma taxa de juro de 4% ao ano, juros que só serão pagos, se a Sporting SAD distribuir dividendos. Mas se formos verificar bem a situação, temos os tais 80 milhões que também já se venciam em 2026.
Numa manobra habilidosa, a Sporting SAD chuta dívidas contabilísticas no montante de 127.925.000€ (cento e vinte e sete milhões, novecentos e vinte e cinco mil euros), (financeiras de 135 milhões), para o longínquo ano de 2026, em que provavelmente já nem estarei cá. Tudo isto utilizando pelo menos uma instituição bancária que teve a história que teve!
Não sabemos como ficará o capital social em 2026, caso nesse ano, não se lembrem de voltar a chutar para 2100 a dívida.
Repare-se que os juros vencidos nessa altura ascenderão a 51.170.000,00€ (cinquenta e um milhões, cento e setenta mil euros).
E a malta do papel comercial continuará no Banco dos suplentes. (...)
Caso a coisa se fizesse como mandam as regras, teríamos já pela primeira vez em Portugal, dois Bancos que seriam quase os accionistas totalitários de uma sociedade anónima desportiva. Seria a eclosão total do clube do Sporting, que certamente viraria uma instituição de crédito, apesar dos constrangimentos que existem hoje em dia. Daí que não seja dispiciendo imaginar a abertura de agências bancárias por toda a zona de Alvalade.
E é caso para perguntar - se o Sporting fez o melhor contrato de direitos de transmissão televisiva como apregoa, PORQUE É QUE NÃO PAGA A DÍVIDA AOS BANCOS EM VEZ DE A EMPURRAR COM A BARRIGA?"
Pragal Colaço, in O Benfica
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