"Há precisamente um ano, o Benfica começava mal a pré-época e era derrotado na Eusébio Cup por um São Paulo que não vencia um jogo há meses. Dizia-se então que o Benfica dispunha de um grande plantel mas que o treinador não tinha unhas para tocar aquela guitarra. Jorge Jesus estava em 'estado de desgraça' após o cruel final da época anterior - e os adeptos não lhe perdoavam. A derrota na Madeira no primeiro jogo do campeonato agravou as coisas. E um segundo desaire contra o Gil Vicente, na Luz, poderia ter sido fatal para Jesus. Recorde-se que o jogo só foi ganho com dois golos marcados já nos descontos.
Este ano, a história deu uma pirueta de 180 graus.
Diz-se que as vendas foram excessivas, que as compras não as compensaram e que o plantel é péssimo. Há contudo, entre os benfiquistas uma réstia de esperança. E qual é ela? Chama-se Jorge Jesus. Ou seja: a esperança dos benfiquistas é que o treinador consiga fazer daquele 'miserável' plantel uma equipa minimamente competitiva.
Tudo mudou num ano! Jesus passou de besta a bestial, de coveiro a salvador do Benfica.
Esta rapidez com que os adeptos mudam de opinião deveria levá-los a reflectir. É preciso perceber que o Jesus que ganhou e o Jesus que perdeu são uma e a mesma pessoa. Os adeptos têm de saber ver para lá dos resultados. Se aqueles dois golos milagrosos contra o Gil Vicente não tivessem entrado, Jesus podia ter saído - e o glorioso final da época passada, com a vitória nas três competições nacionais e a injusta derrota por penálties na Liga Europa, não teria acontecido.
Os adeptos encarnados, repito, devem pensar seriamente nisto. Nenhum homem muda radicalmente num ano. Um treinador não passa de besta a bestial em 12 meses. Tudo tem a ver com a mente dos adeptos.
Luís Filipe Vieira, Rui Costa e Jorge Jesus formam um trio que poderá dar muitas vitórias ao Benfica. Não o estraguem! A estabilidade é a mãe de todos os êxitos. Se aos primeiros resultados desfavoráveis começarem a exigir cortes de cabeças, os adeptos poderão estar a perder a oportunidade de assistir a momentos de glória, como na última época."
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