"Não cheguei a tempo de ver Eusébio, Coluna ou José Águas. Nem a minha, nem as gerações posteriores – nem mesmo as imediatamente anteriores – viram o Benfica erguer um troféu europeu, excepto em fotografias ou vídeos, quase sempre a preto e branco.
Recordo, sim, o amargo empate caseiro com o Anderlecht em 1983. Recordo, também, o fatídico penálti de Veloso, e as lágrimas incontidas em 1988. Recordo, ainda, o super-Milan de 1990, e o golo de Rijkaard que nos liquidou a esperança. Tenho bem presente o terrível Maio de 2013, que por enquanto ainda me vai atormentando a alma. De finais perdidas, penso já ter a minha conta.
Na próxima quarta-feira, em Turim, o Benfica tem nova hipótese de desafiar a história, e de enterrar velhos fantasmas. Acredito que não seja a última. Mas esta tem a singularidade de nos fazer acompanhar de algum favoritismo. Ou, dito de outro modo, de participar numa final europeia, não para a jogar, mas sim para a ganhar.
Ninguém pense, todavia, que as favas estão contadas, e os noventa minutos se resumem a uma formalidade prévia à entrega da taça. Lamento, mas é preciso lembrar que podemos perder. Trata-se de um jogo, contra uma excelente equipa, formatada à medida de uma das mais competitivas ligas do mundo, transportando um sonho igualzinho ao nosso. Também eles ficaram felizes ao ver a toda-poderosa Juventus eliminada da “sua” final. Também eles estarão optimistas. E, já agora, foram eles que venceram este mesmo troféu em 2006 e 2007. Tenho a certeza que os nossos profissionais estão despertos para toda a envolvência competitiva e emocional da ocasião. Sabem aquilo que ela representa, quer para eles, quer para o universo benfiquista. Conhecem os seus limites e as suas potencialidades.
Precisamos também que a sorte - que tão mal nos tratou há um ano atrás - queira, desta vez, recompensar-nos com a dose que sempre alimenta os campeões.
Se tal acontecer, far-se-á história. E 14 de Maio de 2014 será então o dia pelo qual esperámos uma vida inteira."
Luís Fialho, in O Benfica
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