"Não haverá portista mais portista que os portistas Pinto da Costa, Sérgio Conceição e Vítor Baía. E como eles terão ficado satisfeitos com a vitória do FC Porto na Supertaça Cândido de Oliveira...
Gostava de ser mosca para ter assistido à Supertaça Cândido de Oliveira ao lado de Sérgio Conceição. Portista do coração, que bateu, de forma efusiva, quase dramática, no escudo do clube quando, por exemplo, o FC Porto ganhou no Estádio da Luz, faz sentido que tenha sofrido como poucos quando viu os dragões a perder por 0-1, 0-2 e 0-3. Acredito que, por vibrar tão intensamente por aquele amor, Conceição poderá até ter desligado o televisor à passagem do minuto 24, quando o Sporting chegou à vantagem de três golos e se antevia tremendo descalabro azul e branco. É assim que são os grandes portistas e, como SC é grande portista, terá sofrido com aquela entrada em cena do seu FC Porto. Tal como, televisor ligado de novo, terá delirado com aquela inesquecível recuperação de 0-3 para 1-3, de 1-3 para 2-3, de 2-3 para 3-3 e, por fim, de 3-3 para 3-4. E terá ido às nuvens quando Ivan Jaime, a terminar a primeira parte do prolongamento, marcou o golo que viria a ser do triunfo. Portista que é portista (e não haverá portista mais portista que o portista Sérgio Conceição) vibra com qualquer golo do FC Porto. Seja de Ivan Jaime, Toni Martínez, David Carmo, André Franco ou Sánchez. Por exemplo, claro. E que emoção terá tido SC quando viu Vítor Bruno a erguer o seu primeiro troféu no primeiro jogo oficial como treinador principal. Terá, acredito, bebido um shot de champanhe, acendido um dos charutos com os quais comemorou as conquistas dos últimos sete anos e dado aquele pezinho de dança que o tornou tão famoso entre os adeptos do clube do seu coração.
Por outro lado, gostava de ser mosca, sim, mas para ter assistido à Supertaça Cândido de Oliveira ao lado de Pinto da Costa. O ex-presidente do FC Porto, o presidente mais titulado do Mundo do futebol, como tão carinhosa e justamente é tratado pelos portistas, o presidente que liderou o FC Porto durante mais de 42 anos sem nunca prevaricar, terá sentido emoção imensa ao ver aquele menino, o menino que cresceu nos anos 90 a falar com Bobby Robson, o já rapaz que passou a adjunto de José Mourinho e o homem que fez regressar em 2010 para vencer Liga, Taça, Supertaça e Liga Europa, ganhar o seu primeiro troféu no seu primeiro jogo oficial com o presidente do FC Porto. Não faz sentido que seja de outra forma, pois não? Claro que não. Portista que é portista (e não haverá portista mais portista que os portistas Sérgio Conceição e Pinto da Costa) sofre sempre pelo clube do dragão. Sofre a perder por 0-1, 0-2, 0-3. E PC sorriria e citaria José Régio quando o FC Porto virasse o 0-3 para 1-3, 2-3, 3-3 e, finalmente, para 4-3.
Gostava de ser mosca, por fim para ter assistido à Supertaça Cândido de Oliveira ao lado de Sérgio Conceição, Pinto da Costa e, já agora, Vítor Baía. Teria sido delicioso ver o jogo ao lado da maior figura do FC Porto (Gomes? Nã. Fernanda Ribeiro? Nã. João Pinto? Nã. Futre? Nã. Madjer? Nã. Hernâni? Nã. Baía? Nã.), do maior treinador da história do FC Porto (Pedroto? Nã. Siska? Nã. Yustrich? Nã. Guttmann? Nã. Pedroto? Nã. Artur Jorge? Nã. Ivic? Nã. Robson? Nã. Oliveira? Nã. Mourinho? Nã. Jesualdo? Nã.) e da maior figura do futebol do FC Porto (Gomes? Nã. Jorge Costa? Nã. Pedroto? Nã. João Pinto? Nã. Futre? Nã.) Deliciar-me-ia por visualizar o prazer imenso que os três terão tido pela vitória do FC Porto na Supertaça Cândido de Oliveira. Teria sido tão emocionante que, caso a alegria os tolhesse em excesso, eu próprio lhes emprestaria o meu telemóvel para que Pinto da Costa ligasse a André Villas Boas, Sérgio Conceição a Vítor Bruno e Vítor Baía a Jorge Costa. Porque portistas mais portistas do que estes três portistas, decerto, não haverá."
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