"Não fora o resultado - caído do céu - e nada se aproveitaria do particular Portugal-Argentina. É que foi mesmo particular. Uma espécie de solteiros contra casados em versão vedetista.
Num jogo em que as federações dos dois países receberam um importante cachet, houve uma enorme falta de respeito pelos espectadores que compraram o seu bilhete e pelas televisões que pagaram os direitos de transmissão. Não tanto pelo jogo ser de duvidosa qualidade (os rapazes só se esforçam qb nestas jogatans...), mas pela insensatez de, ao intervalo, terem saído Ronaldo e Messi. Não que estivessem a jogar bem, principalmente o nosso jogador, mas o que se serviu, a partir daí, foi gato por lebre. Porque mais do que Portugal e Argentina (ainda por cima em campo neutro), o contrato e a expectativa alimentados freneticamente pelos patrocinadores se concentrara nos dois craques.
Mandam as mais elementares regras éticas que não se devem defraudar tão acintosa e unilateralmente os compromisso assumidos. Era esse o dever de quem dirige, orienta e joga. É como uma pessoa pagar o ingresso para uma ópera famosa e, depois do intervalo, o programa ser alterado (comparação sem ofensa para os que ficaram a jogar) para a música pimba que se ouve nos domingos à tarde em alguns canais televisivos. Uma aldrabice.
Os craques não têm apenas direitos. Têm obrigações que devem respeitar. De um modo reforçado, tratando-se da representação do país. É para isso que não principescamente pagos.
Nestas alturas, vem-me à memória o grande Eusébio. E as precárias condições em que, às vezes, jogava para que fossem respeitados contratos firmados pelo Benfica..."
Bagão Félix, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!