"Aproximam-se as eleições do Benfica, algo que é sempre motivo de orgulho benfiquista, pois já se realizavam - em liberdade e com larga participação - bem antes da queda da ditadura e quando não eram ainda habituais noutros clubes.
Mais uma vez haverá luta eleitoral, desta vez com um candidato da 'oposição' bem mais credível. Não tenho, no entanto, dúvidas quanto ao largo favoritismo do actual presidente, cujo trabalho no Clube, na última década, o coloca, é minha convicção, entre os melhores presidentes de sempre do Benfica, ao nível do outro grande homem do Estádio, Ferreira Bogalho, há 60 anos. E os benfiquistas reconhecem-no, mesmo com poucos títulos de Futebol conquistados. Há que não esquecer que houve, primeiro, que salvar o Clube (e, neste aspecto, Manuel Vilarinho nunca será esquecido), depois erguer o Estádio (e também - convém recordar! - Pavilhões, piscinas, área comercial), a seguir construir o Centro de Estágio no Seixal, finalmente investir na equipa de Futebol.
Por isso, não é justo dizer-se que o presidente 'só ganhou' dois Campeonatos em dez anos. Ganhou o primeiro 'antes do tempo', venceu o segundo na altura devida, faltou depois voltar a ganhar, por culpas próprias... mas não só. E, entretanto, foram-se formando equipas ganhadoras nas modalidades - não apenas numa ou outra mas em todas as principais! - e os resultados estão à vista. Pelo meio, houve um aumento exponencial do número de Sócios, nas fontes de receita (e ainda faltam os direitos televisivos!), criou-se a Benfica TV, o Museu está quase aí. Nem sempre estive de acordo com a Direcção e o presidente. Preocupa-me o passivo, embora a prudência de vários anos em que pouco investimos no Futebol me leve a confiar que tudo esteja controlado. Mas, afinal, para estarmos todos cem por cento satisfeitos, falta 'apenas' começarmos a ser campeões no Futebol com regularidade. O problema é que um presidente não mete golos... e o nosso (felizmente!) não recebe árbitros em casa.
PS: Já tive oportunidade de defender esta como a data ideal para a realização de eleições. Isso irá certamente confirmar-se agora: discutir-se-ão (espero...) os problemas do Clube e não termos promessas de compra deste ou daquele 'craque' ou de contratação deste ou daquele treinador, como aconteceria se as eleições fossem perto do final da época."
Arons de Carvalho, in O Benfica
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