"Durante o jogo entre os Houston Rockets e os Oklahoma Thunders, a contar para os play-offs da NBA, disputado na madrugada de ontem, o presidente dos texanos, Leslie Alexander, interpelou um dos árbitros, Bill Kennedy, de forma incorrecta. A sanção surgiu pouco tempo depois do final da partida em forma de multa, nada meiga: cem mil dólares (92 mil euros), foi quando a brincadeira custou a Alexander. Quando, por cá, tanto de fala em agilizar e endurecer as penas no futebol, a lição a tirar é que, nessa matéria, já está tudo inventado por quem leva a indústria do desporto muito a sério. Basta querer. Neste particular, até acredito, sem reticências, na boa-fé da FPF e na sua vontade de estabelecer um sistema semelhante àquele que os clubes aceitam sem pestanejar quando estão envolvidos nas provas da UEFA. Porém, e oxalá esteja enganado, tenho as maiores reservas quando à vontade dos clubes. Creio que não pretendem que a coisa não vá mais longe do que uma operação de cosmética, para que no fundo fique tudo na mesma e cada um tenha a presunção de poder influenciar nos bastidores. Há mentalidades que não evoluem e não veem que os jogos se ganham dentro das quatro linhas. Dramatizar erros de arbitragem - e já todos o fizeram! - não serve para outra coisa que não seja procurar esconder os enganos próprios que estiveram na origem dos insucessos desportivos.
Este ano, no que concerne à conflitualidade entre os exércitos dos clubes que não jogam à bola, está a ser pior que mau. Temo que o próximo, quando houver apenas uma vaga directa para a Champions e outra para a terceira pré-eliminatória, possa ser bem pior."
José Manuel Delgado, in A Bola
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