"Eram lindas. Pretas, listadas a branco. Compradas no velho Centro Comercial Londres, ali na Senhora da Hora. As minhas primeiras chuteiras.
Olhado através da inocência dos oito anos, o futebol não é um monstro de sete cabeças, desumano, cruel e polémico. Não, é apenas e só aquilo que deveria ser ao longo de toda a nossa vida: o mais belo jogo do planeta.
Esse futebol da minha meninice, simbolizado nas primeiras chuteiras pretas usadas nos pelados dos distritais do Porto, é o futebol que terá lugar neste cantinho de Opinião.
Parto investido das minhas MJ Sport, orgulhosamente negras, e olho para a actualidade moderna, assumidamente ingénuo, por vezes puro e, quiçá – não prometo nada – com laivos de romantismo.
«Chuteiras Pretas», sem complexas análises técnico-tácticas, nem tiros ao alvo do costume – arbitragem, claro. O futebol, 22 homens em campo, uma bola, o ADN intrínseco a cada um dos clubes, o comportamento de treinadores e futebolistas.
«Chuteiras Pretas», sempre. Reconheço a minha impaciência e incredulidade para o mau gosto abundante nos criativos das marcas desportivas de maior renome.
Fúcsia, âmbar, jade, escarlate? Em chuteiras não, por favor. A minha palete de cores é minimalista e preconceituosa. Fica aqui o manifesto. O leitor já sabe com o que contar.
Já agora, antes de nos despedirmos com um até já, três notas telegráficas sobre os clubes portugueses na Liga dos Campeões.
Benfica: alérgico ao pé esquerdo de Talisca
Sporting: admirável em Madrid
FC Porto: insuficiente contra o Copenhaga
PS: se o caro leitor identificar algum futebolista da Liga portuguesa com chuteiras pretas, avise-me por favor."
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