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sexta-feira, 15 de julho de 2016

Ainda as vitórias

"Campeões de futebol, mas também - é justo realça-lo, no meio do quase monopólio histérico da bola - a notável participação nos europeus de atletismo (3 medalhas de ouro, 1 de prata e 2 de bronze), ainda que injustamente colocada só em 2.º plano pelas autoridades políticas. E bom seria festejarmos no sábado o europeu de hóquei em patins, que nos foge desde 1998, e sermos campeões europeus de futebol de sub-19 (em sub-17 já somos!).
Ainda sobre a final, Cristiano Ronaldo fez, para mim, um dos melhores jogos da sua notável carreira. Lesionado, quase não jogou. Lesionado, chorou de dor, desalento e de incontida alegria. Lesionado exortou os colegas e comandou a sua determinação. É também assim que se escrutinam os melhores entre os melhores.
Esta vitória em terreno gaulês foi um indelével sinal de que o desporto, em geral, e o futebol, em especial, podem (e devem) ser factores de união e de exaltação de portugalidade. Mesmo que se queira relativizar a importância do futebol planetário, este título inédito e marcante é um motivo de enorme orgulho para todos nós, os que cá vivem e os da diáspora espalhada pelo mundo, e também para a lusofonia que o futebol cimenta desde Cabo Verde a Timor.
Receio, porém, que terminada a êxtase do título europeu, a bandeira da paz seja derreada e entremos no incontrolável jogo de guerras e guerrilhas estéreis no futebol doméstico. Claro que a rivalidade clubística é sempre bem-vinda e é um factor de emulação que se deve potenciar. Mas, temo o rápido regresso a uma nova overdose de tudo menos de jogo jogado, alastrando como uma insidiosa amíba que tudo condiciona."

Bagão Félix, in A Bola

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