"Diz-se por aí que este Verão é marcado por dois actos surpreendentemente semelhantes e que nos têm proporcionado espectáculos surpreendentemente tristes: eleições para a Liga Portuguesa de Futebol e eleições para o Partido Socialista! Parece estar em curso um terrível efeito de contágio que, esperamos, não se alargue aos clubes, ao Campeonato ou, em último caso, dos adeptos.
O curioso é que a Liga Portuguesa de Futebol parece ter sido irremediavelmente contagiada, após as suas igualmente tristes eleições. De facto, num episódio que a história recordará com ares de comédia, Mário Figueiredo abandona o sorteio do campeonato nacional 2014/2015 salientando ser 'perfeitamente normal' a ausência de um conjunto significativo de emblemas no evento e rematando até, imagine-se, que se sente 'optimista'. Contágio total!
Neste Verão turbulento, ninguém percebe a diferença entre o cómico e o trágico, entre a vitória e a derrota, entre o dever de continuidade e a mínima consciência de que é tempo de partir...
Um pouco de bom senso não faria mal a ninguém nesta época balnear e, no caso da Liga, ajudaria a criar uma parceria estável e credível em torno do sucesso do futebol português. Não podemos desejar, imaginar e propor um campeonato de futebol nacional cada vez mais competitivo, transparente e economicamente atractivo em termos internacionais quando o presidente da Liga é eleito num processo tudo menos transparente. Não podemos desejar mais competitividade e fair-play no futebol quando se fecham as portas da Liga para evitar reuniões de clubes. Não podemos querer apostar na formação e na ética no futebol quando queremos eliminar os problemas refugiando-nos em detalhes estatutários e formalidades pífias...
No meio de tudo isto, arranca a época 2014/15 e espero sinceramente que o Sol que por agora rareia, venha finalmente impor alguma ordem e racionalidade nos tempos que se avizinham."
André Ventura, in O Benfica
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