"Alguém se recorda do alvoroço sobre o Benfica no último defeso? Alguém se recorda do rebuliço sobre o Benfica no começo desta temporada? Eram os sinais traumáticos da última época e de três derrotas atrozes. Eram as discussões (mais ainda, as oposições) à decisão do presidente Luís Filipe Vieira em prorrogar o vínculo contratual de Jorge Jesus.
Do outro lado da barricada, responsáveis do FC Porto ufanavam-se, garantidos cinco pontos de vantagem na Liga Nacional. Com sinais semelhantes, dirigentes do Sporting apregoavam o equilíbrio de forças com o arquirival, sustentando mesmo a excelência da sua política de gestão, ao invés de um iminente cataclismo vermelho.
Luís Filipe Vieira manteve-se irredutível, indiferente aos apelos de mudança e aos sucessivos remoques dos adversários e até de alguns consócios. O Benfica estabilizou-se, recuperou fôlego, fez prova inequívoca dos seus valimentos organizativos e competitivos. Superiorizou-se, inclusive nas múltiplas análises de comentadores independentes, até de apoiantes lúcidos de outros emblemas.
Não houve desvio no trilho definido. Tudo, mas tudo, pelo Campeonato. Falta pouco, muito pouco. Ainda há mais competições para vencer? Há, consabidamente. Ainda assim, o grande objectivo, proclamado de forma categórica, está ao alcance de um jogo em três possíveis. Concretizado, como é suposto, está ganha a temporada. Concretizada, como é suposto, está ganha a pertinácia de Luís Filipe Vieira. Concretizado, como é suposto, premeia uma estrutura competente. E o que poderá acrescentar-se ao ambicionado desiderato? Mais sabor, mais ardor, mais fervor"
João Malheiro, in O Benfica
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