"Às vezes é preciso inventar novas formas de fazer o que sempre se fez e que parecia imutável. É assim com todas as coisas, mesmo com aquelas que atingiram a perfeição da arte e que, portanto, só queremos preservar como são.
Mas há sempre novas possibilidades, é sempre possível descobrir ângulos escondidos e trilhar novos caminhos. É sempre possível abrir novas portas e alargar os nossos horizontes!
Possível e compensador, se não, vejamos: o futebol de Eusébio a Ronaldo, do desajeitado ao virtuoso, da criança aos protagonistas, atravessava toda a nossas sociedade, mas, na sua prática, não atravessava toda a nossa vida. Interrompia-se ao fim da idade adulta como se jogar à bola fosse impróprio, perigoso e até ridículo nas idades mais avançadas. Como se, no que toca a jogar futebol, a reforma chegasse mais cedo.
Era assim mesmo, uma quase fatalidade, o que acontecia ao futebol nas nossas vidas.
Era, mas já não é, porque alguém viu no jogo mais que virilidade e juventude, viu sabedoria e plenitude, bem-estar e paz.
E então a magia do jogo prolongou-se até ao infinito e preencheu a vida toda como se de um sonho se tratasse. Só que, ao contrário dos bons sonhos, que sempre acabam, este é agora um sonho sem fim, exatamente como o nosso Benfica!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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