"O próximo obstáculo no caminho para o Jamor é o V. Setúbal, oponente certamente motivadíssimo por defrontar o Glorioso. Se a expressividade da festa da Taça é de proporção equivalente à diferença entre o emblema vencedor e o clube vencido, então quando alguém bate o Benfica é normal que haja um autêntico arraial - independentemente do opositor, a desproporção é sempre, sempre, gigantesca. Como tal, é natural que qualquer eliminatória da Taça esteja carregada de perigo. Seja o Chico Torpedo do Alcains ou o Bas Dost do Sporting, qualquer jogador se transcende quando tem o privilégio de enfrentar craques consagrados e apinhados de títulos como Luisão e Jonas ou futuras estrelas - no clube certo para se apinharem de títulos - como Rúben Dias e Diogo Gonçalves.
As recordações que guardo do último duelo com os sadinos na Taça - e creio que o leitor partilhará deste sentimento - são horríveis. Corria o ano de 2005 e o jejum de 11 anos sem poder gritar 'campeão' tinha acabado. Avizinhava-se a final da Taça de Portugal frente ao V. Setúbal e descobri que 'dobradinha' era um termo que não se aplicava apenas ao bucho de animais cozidos em pequenos pedaços com grande variedade de condimentos e acompanhamentos. Lamentavelmente, após o apito do árbitro e a derrota por 2-1, a única dobradinha passível de contemplar era mesma aquela composta por carnes e feijão - o problema é que já tinha perdido o apetite.
Agora, o apetite é outro - o meu e o do leitor. Não só já degustámos duas dobradinhas como ainda nos deleitámos com três tripletes. Mas não chega. Queremos mais e mais e mais. No fundo, nós, benfiquistas, somos um pouco como o Taarabt: nunca estamos saciados."
Pedro Soares, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!