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terça-feira, 4 de agosto de 2015

FIFA: organização criminosa

"1. Nino Pulvirenti, presidente do Catania, acaba de ser condenado, tanto pela justiça desportiva como pela civil que neste processo trabalharam em conjunto, de ter comprado na época finda 6 resultados (5 vitórias e 1 empate) de jogos da Série A. O que de nada serviu para evitar a despromoção directa. Mas como, entretanto, foi descoberta a traficância, o tombo foi ainda maior: caiu nos campeonatos regionais de amadores (Série D). Como é habitual por esta altura (menos por cá), em perigo de descida administrativa há mais 6 equipas, todas da Série B e Liga Pró, cujo (mau) destino será conhecido em meados deste mês. 
Tudo isto, porém, que não deixa de ser muito grave, são bagatelas em comparação com o que aconteceu e continua a acontecer durante o blatterismo da FIFA, ela que deveria ser o garante e último reduto da transparência e integridade. Vejamos porque não é:
a) ninguém, há mais de 20 anos, sabe quanto ganha Blatter: 20 milhões de euros/ano é uma cifra plausível;
b) a reforma do Organismo está blindada, tantos são os estorvos a ultrapassar;
c) entre 2011 e 2014 a FIFA arrecadou em receitas 6 mil milhões (!) de euros, mas ninguém sabe dizer onde esse vagão de ouro foi parar;
d) a International Board, criada há um século e meio, é um arcaico anacronismo;
e) a cadeira do departamento que mais milhões garante à entidade é ocupada pelo presidente do Botswana, Tebego Sebego, um cabeça de turco que nada risca;
f) a FIFA, que é (devia ser) uma entidade sem fins lucrativos, converteu-se numa holding que controla 12 sociedades, entre as quais hotéis, restaurantes, agências de viagens, museus de gastronomia...
E isto é apenas uma pequena amostra daquilo que se ignora.
2. Não é justo que um clube (Gil Vicente) que cumpre escrupulosamente as suas obrigações salariais, fiscais e sociais, seja penalizado em proveito de outros (V. Setúbal, Boavista...) para quem isso é chinês, que branqueiam com a pantomina de certidões mentirosas das Finanças locais. Toda a gente sabe disso."

Manuel Martins de Sá, in A Bola

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