"1. Nino Pulvirenti, presidente do Catania, acaba de ser condenado, tanto pela justiça desportiva como pela civil que neste processo trabalharam em conjunto, de ter comprado na época finda 6 resultados (5 vitórias e 1 empate) de jogos da Série A. O que de nada serviu para evitar a despromoção directa. Mas como, entretanto, foi descoberta a traficância, o tombo foi ainda maior: caiu nos campeonatos regionais de amadores (Série D). Como é habitual por esta altura (menos por cá), em perigo de descida administrativa há mais 6 equipas, todas da Série B e Liga Pró, cujo (mau) destino será conhecido em meados deste mês.
Tudo isto, porém, que não deixa de ser muito grave, são bagatelas em comparação com o que aconteceu e continua a acontecer durante o blatterismo da FIFA, ela que deveria ser o garante e último reduto da transparência e integridade. Vejamos porque não é:
a) ninguém, há mais de 20 anos, sabe quanto ganha Blatter: 20 milhões de euros/ano é uma cifra plausível;
b) a reforma do Organismo está blindada, tantos são os estorvos a ultrapassar;
c) entre 2011 e 2014 a FIFA arrecadou em receitas 6 mil milhões (!) de euros, mas ninguém sabe dizer onde esse vagão de ouro foi parar;
d) a International Board, criada há um século e meio, é um arcaico anacronismo;
e) a cadeira do departamento que mais milhões garante à entidade é ocupada pelo presidente do Botswana, Tebego Sebego, um cabeça de turco que nada risca;
f) a FIFA, que é (devia ser) uma entidade sem fins lucrativos, converteu-se numa holding que controla 12 sociedades, entre as quais hotéis, restaurantes, agências de viagens, museus de gastronomia...
E isto é apenas uma pequena amostra daquilo que se ignora.
2. Não é justo que um clube (Gil Vicente) que cumpre escrupulosamente as suas obrigações salariais, fiscais e sociais, seja penalizado em proveito de outros (V. Setúbal, Boavista...) para quem isso é chinês, que branqueiam com a pantomina de certidões mentirosas das Finanças locais. Toda a gente sabe disso."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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